Trump Revoga Proteção do Serviço Secreto de Kamala Harris em Ato Visto como Vingança Política
Presidente cancelou extensão do Serviço Secreto concedida por Joe Biden, deixando a ex-vice-presidente sem escolta em meio a uma turnê de lançamento de livro e levantando preocupações de segurança.
POLÍTICA BRASIL


Em um ato político que está sendo classificado como uma vingança, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogou a proteção do Serviço Secreto de Kamala Harris. A decisão, formalizada por meio de um memorando, cancela uma ordem executiva assinada por Joe Biden que estendia a segurança da ex-vice-presidente por mais um ano. A medida, que entra em vigor em 1º de setembro, ocorre em um momento delicado, já que Kamala Harris se prepara para uma turnê de lançamento de seu livro, e expõe a democrata a riscos de segurança, gerando a revolta de líderes de seu partido.
Por lei, ex-vice-presidentes recebem proteção do Serviço Secreto por um período de seis meses após o fim de seu mandato. No caso de Kamala Harris, esse prazo terminou em 21 de julho. No entanto, o ex-presidente Joe Biden havia assinado um despacho que estendia a proteção por mais um ano, um gesto que é visto como uma cortesia comum em tempos de polarização política.
Foi essa extensão que Donald Trump cancelou. Em um documento chamado "Memorando para o secretário de Segurança Interna", o presidente autorizou a descontinuação da segurança de Kamala Harris a partir de setembro, deixando claro que sua proteção não está mais sob a responsabilidade do governo federal.


A revogação da proteção do Serviço Secreto tem consequências imediatas e alarmantes para a segurança de Kamala Harris. A partir de 1º de setembro, ela não terá mais:
- Escolta pessoal 24 horas por dia, sete dias por semana. 
- Acesso a análises de inteligência de ameaças. 
- Monitoramento constante de seus e-mails, mensagens e redes sociais. 
- Proteção federal em sua residência em Los Angeles. 
O fim da segurança ocorre em um momento em que a democrata se prepara para o lançamento de seu livro de memórias, "107 Days", o que a colocará mais em evidência do que nunca desde que deixou o cargo. A situação é ainda mais preocupante porque Kamala Harris é a primeira mulher e a primeira mulher negra a ocupar o cargo de vice-presidente, o que, segundo pessoas familiarizadas com suas operações de segurança, já a deixava exposta a ameaças específicas.
A decisão de Trump gerou uma forte reação de líderes democratas. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, e a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, se mostraram indignados. "A segurança de nossos funcionários públicos jamais deve estar sujeita a impulsos políticos erráticos e vingativos", disse um porta-voz de Newsom. Já Karen Bass, em um comunicado, chamou a ação de "mais um ato de vingança" de Trump e disse que a medida coloca a ex-vice-presidente em perigo.
O cancelamento da proteção de Kamala Harris se soma a uma série de outras ações de Donald Trump que têm sido vistas como retaliação política, como demissões e revogações de autorizações de segurança de seus opositores. O ato de Trump desafia as normas políticas e levanta questões sobre o uso do poder executivo para fins de vingança pessoal.


