Trump Fala em Concessões para a Paz: 'Ucrânia Ficará com Muito Território', Mas Sem Garantias da Otan
Após reunião com Zelensky e líderes europeus, o presidente dos EUA detalha seu plano para o fim da guerra, mas diz que o acordo não terá proteção nos moldes da Otan. Rússia sinaliza que aceita encontro trilateral.
NACIONAL


Em um cenário de intensas negociações diplomáticas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou detalhes de sua estratégia para o fim da guerra na Ucrânia. Após o encontro com o presidente Volodymyr Zelensky e líderes europeus, Trump concedeu uma entrevista à Fox News, onde declarou que a Ucrânia “ficará com muito território”, mas que as garantias de segurança para o país não serão nos moldes da Otan. As declarações dão um novo tom às conversas, que agora caminham para um possível encontro histórico entre os três líderes envolvidos.
Em sua entrevista, Trump mostrou otimismo, afirmando que Vladimir Putin está "cansado dessa guerra" e deseja fazer um acordo de paz. O presidente americano disse que saberá "nas próximas duas semanas" se o líder russo realmente quer fechar um acordo, acrescentando que a Rússia enfrentaria uma "situação difícil" se não o fizesse. Ele também classificou sua relação com Putin como "calorosa", reforçando a sua postura de proximidade com o líder russo, que tem sido um ponto de crítica.
A estratégia de Trump para a paz se concentra em dois pontos principais que são, ao mesmo tempo, os maiores impasses do conflito: a questão territorial e as garantias de segurança.
- Território: Embora Trump tenha dito que a Ucrânia ficará com "muito território", o presidente ucraniano Zelensky tem reiterado publicamente que não fará concessões. A declaração de Trump pode entrar em choque com a posição oficial de Kiev, embora tanto Zelensky quanto o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, já tenham admitido que, na prática, a Ucrânia talvez tenha que aceitar a perda de algumas regiões. A Rússia atualmente controla cerca de 20% do território ucraniano. 
- Garantias de Segurança: O presidente americano foi enfático ao afirmar que não haverá garantias de segurança para a Ucrânia nos moldes da Otan. Isso contradiz as expectativas de líderes europeus, como a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que havia sugerido um acordo similar ao Artigo 5 da Otan, que prevê a defesa mútua em caso de ataque. 


A declaração de Trump teve uma resposta quase imediata de Moscou. O chanceler russo, Sergei Lavrov, sinalizou que a Rússia está aberta a um encontro com Zelensky e até disposta a abrir mão de parte dos territórios que ocupa, mas ressaltou que "a Rússia nunca quis só territórios". Lavrov também reforçou a necessidade de garantias de segurança para a própria Rússia no acordo de paz.
Com as novas sinalizações, Trump disse que está preparando uma reunião trilateral com ele, Zelensky e Putin. A possibilidade, que era um objetivo de longa data de Trump, ganhou força. Fontes da Casa Branca e líderes europeus acreditam que o encontro possa acontecer em breve, talvez até o final de agosto. O sucesso dessa cúpula dependerá da capacidade dos líderes de encontrarem um ponto comum em questões que têm sido consideradas inegociáveis.
A diplomacia entra agora em uma fase decisiva, onde a retórica e as ações de cada líder serão cruciais para o futuro do conflito.




