Trump Diz Estar 'Muito Irritado' com o Brasil e Cogita Restringir Vistos para Autoridades na ONU
Em coletiva na Casa Branca, presidente dos EUA criticou o governo de esquerda, citou as 'tarifas pesadas' já impostas e levantou a possibilidade de novas sanções diplomáticas.
INTERNACIONAL


Em mais uma escalada de tensões entre os Estados Unidos e o Brasil, o presidente Donald Trump declarou que está "muito irritado" com o governo brasileiro e não descartou a possibilidade de restringir vistos para autoridades que planejam participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. A declaração, feita em uma coletiva de imprensa na Casa Branca, é o mais recente ataque de Trump à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ele classifica como "esquerda radical". A ameaça de novas sanções diplomáticas adiciona um novo e perigoso capítulo ao embate político e comercial entre os dois países.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de restringir vistos para a Assembleia Geral da ONU, Donald Trump afirmou: "Estamos muito irritados com o Brasil". Ele continuou, dizendo que o governo brasileiro "mudou radicalmente. Radicalmente para a esquerda. Isso está fazendo muito, muito mal. Vamos ver". A fala do presidente americano mostra que a sua irritação com o Brasil vai além das questões comerciais e tem uma forte conotação ideológica.
A crítica de Trump vem em meio a um histórico de sanções diplomáticas contra o governo brasileiro. Em agosto, ele impôs tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros e justificou a medida afirmando que o ex-presidente Jair Bolsonaro estava sendo vítima de uma "caça às bruxas".


A ameaça de restringir vistos para a ONU é parte de uma estratégia mais ampla de Trump para pressionar o Brasil. O governo americano tem usado as sanções diplomáticas como uma ferramenta para atacar governos considerados adversários ideológicos. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o ministro do STF, Alexandre de Moraes, já tiveram seus vistos suspensos, e a ameaça de Trump de expandir as sanções para a Assembleia Geral da ONU é um sinal de que ele não vai parar.
O presidente Lula, por sua vez, tem respondido às ameaças de Trump com a mesma firmeza. Em uma fala na terça-feira, ele afirmou que espera que Trump reconheça a necessidade de negociar e que, caso haja disposição, "o Lulinha paz e amor está de volta". No entanto, o Brasil já recorreu à Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar as tarifas de Trump, o que mostra que o país está preparado para lutar por seus direitos.
A ameaça de Trump de restringir vistos durante a Assembleia Geral da ONU é uma medida diplomática drástica e que pode ter sérias consequências. A ONU, sediada em Nova York, é um organismo internacional que se baseia na cooperação entre países. A restrição de vistos para autoridades de um país seria um ataque direto à diplomacia e ao papel dos Estados Unidos como anfitrião de um evento tão importante. A fala de Trump é um sinal de que ele está disposto a ir longe para pressionar o Brasil e que a diplomacia entre os dois países está em um de seus piores momentos.


