Trump Afirma que Lula Pode Ligar Para Ele "Quando Quiser", Mas Não Poupa Críticas ao Governo Brasileiro

A crise diplomática e comercial entre Brasil e Estados Unidos ganhou um novo capítulo com uma declaração de Donald Trump. Em meio a perguntas sobre as polêmicas tarifas de 50% impostas a produtos brasileiros, o presidente americano afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ligar para ele "quando quiser".

Apesar da aparente abertura ao diálogo, Trump não poupou críticas ao governo brasileiro. Ele afirmou que as pessoas que estão comandando o Brasil "fizeram a coisa errada", sem entrar em detalhes sobre a quais ações se referia. No entanto, o republicano fez questão de enfatizar, na mesma declaração, que ele "ama o povo do Brasil".

Até o momento, os dois presidentes ainda não se falaram diretamente desde o início da crise comercial.

O "Tarifaço" e as Negociações:

Donald Trump assinou a ordem executiva que oficializou a tarifa de 50% contra os produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos. Na prática, essa taxa é a soma de uma alíquota de 10% anunciada em abril com outros 40% adicionais.

Apesar da medida, Trump deixou quase 700 produtos fora da lista de itens afetados pela tarifa extra de 40%. Entre eles estão suco de laranja, aeronaves, castanhas, petróleo e minérios de ferro. Esses produtos isentos serão afetados apenas com a taxa de 10%. A nova ordem executiva define o dia 6 de agosto para o início da vigência do tarifaço.

Lula Acusou Falta de Diálogo:

A declaração de Trump surge poucos dias depois de Lula ter criticado a falta de comunicação. Em entrevista a jornalistas no Palácio da Alvorada, na terça-feira (29), o presidente brasileiro afirmou que ninguém na Casa Branca queria conversar.

"Pedi para entrar em contato. Designei meu vice-presidente, meu ministro da Agricultura, meu ministro da Economia, para que cada um possa conversar com seu homólogo e entender qual seria a possibilidade de diálogo. Até agora, não foi possível", ressaltou Lula, que disse ter recebido a resposta sobre as tarifas por meio do site de Trump, e não por um canal oficial de negociação.

O presidente americano, agora, parece ter aberto um canal direto para conversas, embora mantenha a postura crítica e as tarifas. O cenário diplomático segue em evolução, com a expectativa de saber se o Brasil aceitará a oferta de diálogo.