Tensão na Europa: Polônia Reage a Drones Russos, Acelera Fortalecimento Militar e Invoca a Otan
País, que prometeu investimento de R$ 190 bilhões em defesa, abateu projéteis russos que violaram seu espaço aéreo e acionou o Artigo 4 da Otan, em uma das maiores escaladas desde o início da guerra na Ucrânia.
INTERNACIONAL


A paz na Europa vive um de seus momentos mais delicados desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Em uma resposta contundente às ameaças do presidente russo, Vladimir Putin, a Polônia se lançou em uma corrida para se tornar a maior potência militar do continente. O país, que prometeu um investimento de R$ 190 bilhões em defesa, abateu drones russos que violaram seu espaço aéreo e invocou o Artigo 4 da Otan. A escalada militar, que incluiu exercícios militares conjuntos da Rússia com Belarus, próximos à fronteira polonesa, é o mais recente capítulo de uma tensão crescente que tem se intensificado desde o início da guerra na Ucrânia.
A resposta da Polônia veio após um ataque noturno da Rússia contra a Ucrânia, que resultou na incursão de drones russos no espaço aéreo polonês. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, classificou o incidente como uma "provocação em larga escala" da Rússia.
- Artigo 4 da Otan: A Polônia acionou o Artigo 4 da Otan, que prevê consultas entre os membros da aliança quando a segurança de um deles é ameaçada. Esta foi a primeira vez que um país-membro da Otan abriu fogo contra ativos militares russos desde o início da guerra. 
- Neutralização dos Drones: Os drones russos foram abatidos por caças F-16 poloneses, F-35 holandeses, aviões de vigilância AWACS italianos e aeronaves de reabastecimento da Otan, em uma demonstração de força e cooperação da aliança. 
- Restrições Aéreas: A Polônia anunciou restrições ao tráfego aéreo no leste do país até 9 de dezembro e convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para discutir as incursões de drones. 
A resposta da Polônia vem em um momento de intensa mobilização militar na região. A Rússia e Belarus iniciaram os exercícios militares conjuntos Zapad-2025, em um território próximo à fronteira polonesa. As manobras, que envolvem até 13 mil soldados e simulam o uso de armas nucleares, aumentaram a tensão na região. A Polônia respondeu mobilizando 30 mil soldados para suas fronteiras com Belarus e o enclave russo de Kaliningrado. As manobras, que são realizadas a cada quatro anos, já foram usadas para mascarar preparativos para a invasão da Ucrânia em 2021.
A Polônia está se fortalecendo militarmente com um investimento de R$ 190 bilhões em defesa. O país, que era a nona maior força militar da Otan em 2014, agora ocupa a terceira posição em efetivo militar na aliança, atrás apenas dos EUA e da Turquia. O orçamento triplicou em termos reais, e o país tem investido em alianças com os EUA e a Coreia do Sul para comprar equipamentos militares avançados, como caças F-35, helicópteros de ataque Apache e sistemas de defesa antiaérea Patriot. A mensagem da Polônia para o Kremlin é clara: "não haverá país mais forte na Europa quando se trata de artilharia e tropas blindadas".


