“Talvez já Estejamos Vivendo uma 3ª Guerra Mundial”, Avalia Analista após Ataque Russo à Polônia
Após Polônia abater drones russos que invadiram seu espaço aéreo, analista da CNN Fernanda Magnotta afirma que conflitos atuais têm características de uma guerra global, mas sem a violência convencional.
INTERNACIONAL


O abate de drones russos pela Polônia, um país-membro da Otan, reacendeu o debate sobre a possibilidade de uma Terceira Guerra Mundial. Em entrevista à CNN, a analista de internacional Fernanda Magnotta avaliou que, embora não haja sinais de um conflito convencional direto entre o Ocidente e a Rússia, é possível que o mundo já esteja vivendo uma Terceira Guerra Mundial, mas com características diferentes. Para a analista, a guerra atual é "a conta-gotas, desterritorializada, com múltiplos atores em camadas, aplicada a partir de recursos que vão muito além da força e da violência convencional, passando pela tecnologia e pela coerção econômica".
O incidente com os drones, que levou o primeiro-ministro polonês Donald Tusk a afirmar que o país está mais próximo de um conflito desde a Segunda Guerra Mundial, não é visto pela Europa como um erro de cálculo. A analista Fernanda Magnotta ressalta que os europeus interpretam o ataque como uma provocação intencional. A questão central, segundo ela, é determinar se isso representa uma ação pontual ou pode desencadear um processo de escalada do conflito, levando os membros da Otan a adotarem uma resposta coletiva.
A situação é particularmente sensível para a Polônia, que, por estar na fronteira com a Ucrânia e a Belarus, vive em constante preocupação com qualquer movimentação russa.
A tese de que o mundo já vive uma Terceira Guerra Mundial se baseia na análise de como os conflitos têm sido travados nos últimos anos. A guerra não se limita mais a confrontos em campos de batalha, mas se estende para a tecnologia, a economia e a política. A guerra da Ucrânia, por exemplo, não é apenas um conflito militar, mas uma batalha de sanções econômicas e de ciberataques, onde a tecnologia tem um papel central. A coerção econômica, por sua vez, é usada como uma forma de desestabilizar governos e países, sem que seja preciso o uso da força militar.
A invasão de drones russos no espaço aéreo polonês é um exemplo de como a guerra, que tem um custo de vidas e de destruição material, também é travada em um nível simbólico e de coerção. A Polônia, ao abater os drones e invocar o Artigo 4 da Otan, está respondendo não apenas a um ataque militar, mas também a uma ameaça à sua soberania e à ordem global.


