Relatório da PF Aponta que TH Joias Ofereceu 200 Kg de Maconha a Traficante em Vídeo

O caso do deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, preso por suspeita de ligação com o Comando Vermelho (CV), ganhou um novo e chocante capítulo. Um relatório da Polícia Federal (PF) ao qual a GloboNews teve acesso aponta que o parlamentar teria gravado um vídeo onde oferece 200 quilos de maconha a um traficante. As imagens, que seriam uma prova da sua ligação com o tráfico de drogas, são apenas mais um elemento no inquérito que o acusa de lavagem de dinheiro, corrupção, negociação de armas e venda de equipamentos anti-drone para a facção criminosa.

A evidência mais recente e alarmante contra TH Joias é um vídeo onde ele supostamente aparece exibindo 200 kg de maconha embalados em sacos. O vídeo teria sido enviado a Gabriel Dias de Oliveira, o "Índio do Lixão", que teria respondido com ceticismo: "Isso não é bom de vender". A conversa, revelada no relatório da PF, mostra a profundidade da relação do deputado com o tráfico de drogas, indo além de um simples favorecimento político.

O inquérito da PF aponta que TH Joias não apenas negociava drogas, mas também atuava como um dos principais operadores financeiros do Comando Vermelho. O relatório detalha dois episódios de lavagem de dinheiro:

• Em abril de 2024, dois meses antes de assumir o mandato, o parlamentar teria ido ao Complexo do Alemão para buscar R$ 5 milhões em espécie para a facção. O dinheiro, que pertencia a Luciano Martiniano da Silva, o "Pezão", um dos chefes do CV, foi trocado por US$ 1 milhão, e TH Joias teria recebido R$ 50 mil pelo serviço.

• Um mês antes de sua posse, o mesmo esquema se repetiu, com a entrega de R$ 4 milhões em dinheiro vivo para ser trocado em dólares.

As investigações da PF também revelam que TH Joias e sua esposa, Jéssica de Oliveira Lima, movimentaram cerca de R$ 13 milhões em um período de três anos. A maior parte desse dinheiro foi para a conta da mulher e é incompatível com a renda dela.

A prisão de TH Joias se deu em uma operação que visava desarticular o braço político do Comando Vermelho. O inquérito aponta que o deputado usava seu cargo para favorecer a facção, incluindo a nomeação de seus cúmplices para cargos na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O deputado, que era suplente, perdeu o mandato após a sua prisão e a vaga voltou a ser ocupada pelo titular, Rafael Picciani. O caso mostra a infiltração de facções criminosas na política e a gravidade da corrupção no país.