Prefeito de Chicago Rejeita Ajuda de Trump e Afirma: ‘Não Haverá Tanques nas Nossas Ruas’

Brandon Johnson assina decreto que proíbe policiais de colaborarem com tropas federais, em um embate político sobre a militarização da cidade para combater o crime.

INTERNACIONAL

Lucas Cortez

8/30/20252 min read

a man in a suit and tie is signing a document
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O prefeito de Chicago, Brandon Johnson, assinou um decreto neste sábado (30) em uma medida de confronto direto com o presidente Donald Trump. O documento proíbe expressamente a polícia de Chicago de colaborar com soldados da Guarda Nacional ou agentes federais que possam ser enviados à cidade por ordem de Trump. A ação é uma resposta à ameaça do presidente de expandir a repressão federal a cidades lideradas por democratas, com o argumento de combater o crime e a violência. A atitude de Johnson deixa claro que Chicago não aceitará a militarização de suas ruas.

O decreto assinado pelo prefeito Brandon Johnson tem como objetivo proteger a soberania de Chicago e as liberdades civis de seus cidadãos. Segundo o documento, a polícia municipal não irá auxiliar em patrulhas, prisões ou outras ações policiais junto com agentes federais. A medida também determina que os policiais da cidade usem seus uniformes oficiais e sigam os procedimentos de câmeras corporais, para se distinguirem claramente de qualquer operação federal.

O prefeito justificou a medida dizendo que o envio de forças militares federais sem o consentimento das autoridades locais "mina as normas democráticas, viola a soberania da cidade, ameaça as liberdades civis e corre o risco de aumentar a violência em vez de garantir a paz". A postura de Johnson reflete a tensão entre o governo federal, liderado por Trump, e as cidades democrata do país.

a man in a suit and tie is sitting at a table
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A decisão de Trump de enviar tropas para cidades democrata é uma das principais estratégias de sua gestão para atacar a oposição. Embora as autoridades de Chicago relatem um declínio nas taxas de homicídios e roubos, o presidente insiste que há uma "epidemia de criminalidade" que precisa ser combatida com a força do governo federal.

A Casa Branca, por sua vez, criticou a decisão de Johnson, acusando os democratas de tentarem transformar o combate ao crime em uma questão partidária. No entanto, o prefeito de Chicago disse que a decisão de não colaborar com as tropas é uma forma de se opor à "tirania" e de defender a autonomia da cidade.

Apesar do decreto de Johnson, ainda não está claro o quanto as autoridades estaduais e locais podem fazer para impedir uma mobilização federal. Trump já demonstrou ter o poder de assumir o controle da polícia de Washington, que é uma cidade federal. Além disso, o presidente tem afirmado que deseja expandir a repressão para outras cidades, como Nova York, e o Pentágono já estaria fazendo planos para enviar militares a Chicago.

O prefeito, por sua vez, busca todas as medidas legais e legislativas disponíveis, incluindo ações judiciais, para impedir a militarização da cidade. O embate entre Johnson e Trump é um teste para a democracia americana e para a capacidade de as instituições resistirem a um presidente que usa o seu poder para fins políticos.