PF Prende Aliciadoras de Mulheres para Tráfico Internacional e Exploração Sexual na Europa
Duas mulheres foram presas em São Paulo e tiveram R$ 8,3 milhões bloqueados pela Justiça, valor do lucro estimado do esquema de exploração que recrutava vítimas via redes sociais.
NACIONAL


Em uma operação de combate ao crime organizado, a Polícia Federal (PF) prendeu duas mulheres em São Paulo, acusadas de tráfico internacional de pessoas e exploração sexual. As investigadas são suspeitas de fazerem parte de uma organização criminosa que aliciava mulheres brasileiras com falsas promessas de segurança e lucro para atuarem na prostituição na Europa. Além das prisões, a Justiça Federal bloqueou cerca de R$ 8,3 milhões em bens das acusadas, valor correspondente ao lucro estimado com a exploração das vítimas.
O esquema, segundo a PF, usava as redes sociais como principal ferramenta de recrutamento. As duas mulheres presas atraíam vítimas com promessas de uma vida melhor, ganhos financeiros altos e suporte logístico para que pudessem trabalhar como prostitutas na Europa. As investigações tiveram início a partir de uma denúncia anônima recebida pelo sistema "Comunica PF", que alertou sobre a situação de vulnerabilidade das vítimas.
O que as mulheres encontravam ao chegar à Europa, no entanto, era muito diferente do que lhes foi prometido. Elas eram submetidas a condições degradantes, ameaças e controle total de suas vidas e finanças.


A vida das vítimas na Europa era um verdadeiro pesadelo. A PF descobriu que as duas aliciadoras:
- Utilizavam codinomes em sites de prostituição, controlando os anúncios e a rotina de trabalho das mulheres. 
- Cobravam dívidas abusivas, controlando totalmente as finanças das vítimas e as mantendo em um ciclo de exploração. 
- Utilizavam métodos de intimidação violentos, enviando indivíduos armados para ameaçar as mulheres que tentavam fugir. 
A PF encontrou registros de ameaças de morte, cárcere privado e recolhimento de passaportes, o que impedia as vítimas de retornarem ao Brasil. A investigação revelou a crueldade do esquema, que se aproveitava da vulnerabilidade de mulheres em busca de uma vida melhor.
A operação da PF foi realizada na última quinta-feira (28), com o cumprimento de mandados de busca e apreensão em dois endereços em São Paulo. Além das prisões, a Justiça Federal ordenou o bloqueio de R$ 8,3 milhões em bens das investigadas, incluindo ativos financeiros, imóveis, veículos e criptoativos. O valor corresponde ao lucro estimado da organização criminosa transnacional com a exploração sexual das mulheres. A PF também apreendeu os passaportes das investigadas, impedindo que elas deixem o país, e autorizou o compartilhamento de informações com autoridades estrangeiras, o que mostra o caráter internacional da investigação.


