Operação Policial Desarticula Grupo que Usava Falso ‘Doutor da USP’ para Aplicar Golpe de R$ 1 Bilhão

Liderados por chineses, criminosos prometiam altos retornos em uma falsa plataforma de criptomoedas, movimentando mais de R$ 1 bilhão com o esquema de estelionato eletrônico.

NACIONAL

Eduardo Borges

9/4/20252 min read

two police officers standing in front of a truck
two police officers standing in front of a truck

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desarticulou uma sofisticada organização criminosa que usava uma falsa plataforma de criptomoedas para aplicar um golpe de mais de R$ 1 bilhão em investidores. O grupo, liderado por chineses no centro de São Paulo, usava a identidade de um suposto "doutor em economia da USP" para ganhar a confiança das vítimas. A operação, batizada de Ebdox, cumpriu 21 mandados de busca e apreensão em cinco estados e resultou na prisão de duas pessoas.

O esquema, que funcionava por meio de grupos de WhatsApp, era uma aula de engenharia social. O falso "doutor em economia na USP" dava dicas de investimentos aos integrantes e, após conquistar a confiança deles, indicava uma plataforma de investimentos chamada "Ebdox", que prometia retornos altos e rápidos. A plataforma, no entanto, era uma fachada. As vítimas, seduzidas pelas promessas de lucro, investiam grandes quantias na plataforma.

A fraude era exposta quando as vítimas tentavam sacar os valores. Elas eram informadas de que a PF havia bloqueado o dinheiro e que era necessário pagar uma "caução" de 5% do valor total para a liberação. Após o pagamento da caução, os valores nunca eram liberados, e a plataforma saía do ar.

As investigações da PCDF começaram no ano passado, após denúncias de vítimas do Distrito Federal. Uma das vítimas, de Taguatinga (DF), teve um prejuízo superior a R$ 220 mil. A polícia estima que mais de 400 pessoas tenham sido enganadas pelo esquema, com um prejuízo total que ultrapassa a marca de R$ 1 bilhão.

Os chineses contavam com a ajuda de brasileiros para enganar os investidores e fazer a tradução dos diálogos. Essas pessoas, que eram remuneradas com criptomoedas, tinham catálogos para prestar informações em chinês aos líderes do grupo.

A Operação Ebdox foi deflagrada nesta quarta-feira (3) em cinco estados: Bahia, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Roraima e no Distrito Federal. A polícia cumpriu 21 mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária. Foram apreendidos cédulas de dinheiro e itens de luxo.

A investigação revelou que os criminosos lavavam o dinheiro por meio da compra de criptomoedas, de créditos de carbono e da exportação de alimentos. Os criminosos devem responder pelos crimes de estelionato eletrônico, organização criminosa e lavagem de capitais.