Operação no RJ prende 17 e expõe avanço do Comando Vermelho em áreas antes dominadas pela milícia

Força-tarefa mira Gardênia Azul e Cidade de Deus; confronto gera bloqueios em vias, escolas fechadas e temor para moradores.

NACIONAL

Eduardo Borges

9/29/20252 min read

a group of police officers standing in a row
a group of police officers standing in a row

Nesta segunda-feira (29), uma megaoperação das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, com apoio do Gaeco (Ministério Público), resultou em 17 prisões contra a expansão do Comando Vermelho na Zona Oeste. A ação cumpriu 12 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão nas comunidades da Gardênia Azul e da Cidade de Deus.

O tráfico reagiu com tiroteios, incêndios e bloqueios em vias importantes, afetando diretamente a mobilidade e os serviços públicos.


Segundo o Gaeco, o plano de expansão do CV é articulado a partir do Complexo da Penha, em um movimento que já provocou dezenas de mortes anuais. A disputa envolve territórios antes dominados pela milícia, em especial na região de Jacarepaguá.

A investigação aponta que células locais têm papel estratégico na logística da facção, usando armas de grosso calibre, drones para vigiar a polícia e até expulsão de moradores para consolidar o controle territorial.

Qual o Impacto?
A operação gerou reflexos imediatos para a população. Só na Cidade de Deus, 12 escolas suspenderam atividades; na Gardênia Azul, foram outras 4. Duas unidades de saúde pararam temporariamente, e outras três funcionaram de forma limitada.

As interdições também afetaram dezenas de linhas de ônibus, obrigando mudanças de itinerário e prejudicando trabalhadores, estudantes e moradores que dependem do transporte público.

Até o momento:

  • 17 presos até o momento.

  • 22 denunciados por associação ao tráfico.

  • 12 escolas impactadas na Cidade de Deus.

  • 4 escolas impactadas na Gardênia Azul.

  • 2 unidades de saúde fechadas temporariamente.

  • Mais de 15 linhas de ônibus com desvio.

Autoridades destacam que a ação é parte de um esforço para impedir que o Comando Vermelho avance sobre áreas estratégicas. A Polícia Civil do Pará também colaborou, prendendo uma jovem apontada como elo entre criminosos dos dois estados.

Moradores relatam medo constante, já que o confronto coloca em risco a vida de quem circula na região. “É um clima de guerra, a gente nunca sabe quando vai poder sair de casa com segurança”, disse um professor da Cidade de Deus.


O avanço do CV no Rio de Janeiro segue uma lógica semelhante à de outras facções no Brasil, como o PCC em São Paulo, que busca expandir territórios fora do estado. No caso carioca, a disputa ganha contornos ainda mais violentos pela sobreposição com áreas dominadas por milicianos.

Oservando:
As investigações continuam, e novas operações devem ocorrer nos próximos meses para tentar frear a expansão da facção. O desafio das autoridades será combinar repressão com políticas sociais para que comunidades como a Cidade de Deus não sigam reféns do domínio armado.


A operação desta segunda escancara a realidade do Rio: uma disputa sem trégua entre facções e milícias, que coloca a população no meio do fogo cruzado. Mais do que prender criminosos, é preciso discutir políticas de segurança que enfrentem as causas dessa violência.

Você acredita que operações policiais sozinhas podem resolver esse problema?