Operação no RJ prende 17 e expõe avanço do Comando Vermelho em áreas antes dominadas pela milícia
Força-tarefa mira Gardênia Azul e Cidade de Deus; confronto gera bloqueios em vias, escolas fechadas e temor para moradores.
NACIONAL


Nesta segunda-feira (29), uma megaoperação das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, com apoio do Gaeco (Ministério Público), resultou em 17 prisões contra a expansão do Comando Vermelho na Zona Oeste. A ação cumpriu 12 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão nas comunidades da Gardênia Azul e da Cidade de Deus.
O tráfico reagiu com tiroteios, incêndios e bloqueios em vias importantes, afetando diretamente a mobilidade e os serviços públicos.
Segundo o Gaeco, o plano de expansão do CV é articulado a partir do Complexo da Penha, em um movimento que já provocou dezenas de mortes anuais. A disputa envolve territórios antes dominados pela milícia, em especial na região de Jacarepaguá.
A investigação aponta que células locais têm papel estratégico na logística da facção, usando armas de grosso calibre, drones para vigiar a polícia e até expulsão de moradores para consolidar o controle territorial.
Qual o Impacto?
A operação gerou reflexos imediatos para a população. Só na Cidade de Deus, 12 escolas suspenderam atividades; na Gardênia Azul, foram outras 4. Duas unidades de saúde pararam temporariamente, e outras três funcionaram de forma limitada.
As interdições também afetaram dezenas de linhas de ônibus, obrigando mudanças de itinerário e prejudicando trabalhadores, estudantes e moradores que dependem do transporte público.
Até o momento:
- 17 presos até o momento. 
- 22 denunciados por associação ao tráfico. 
- 12 escolas impactadas na Cidade de Deus. 
- 4 escolas impactadas na Gardênia Azul. 
- 2 unidades de saúde fechadas temporariamente. 
- Mais de 15 linhas de ônibus com desvio. 

Autoridades destacam que a ação é parte de um esforço para impedir que o Comando Vermelho avance sobre áreas estratégicas. A Polícia Civil do Pará também colaborou, prendendo uma jovem apontada como elo entre criminosos dos dois estados.
Moradores relatam medo constante, já que o confronto coloca em risco a vida de quem circula na região. “É um clima de guerra, a gente nunca sabe quando vai poder sair de casa com segurança”, disse um professor da Cidade de Deus.
O avanço do CV no Rio de Janeiro segue uma lógica semelhante à de outras facções no Brasil, como o PCC em São Paulo, que busca expandir territórios fora do estado. No caso carioca, a disputa ganha contornos ainda mais violentos pela sobreposição com áreas dominadas por milicianos.
Oservando:
As investigações continuam, e novas operações devem ocorrer nos próximos meses para tentar frear a expansão da facção. O desafio das autoridades será combinar repressão com políticas sociais para que comunidades como a Cidade de Deus não sigam reféns do domínio armado.
A operação desta segunda escancara a realidade do Rio: uma disputa sem trégua entre facções e milícias, que coloca a população no meio do fogo cruzado. Mais do que prender criminosos, é preciso discutir políticas de segurança que enfrentem as causas dessa violência.
Você acredita que operações policiais sozinhas podem resolver esse problema?


