ONU Vota Pela Criação de Estado Palestino e Reitera que a ‘Guerra em Gaza Deve Acabar Agora’

Assembleia Geral aprovou, com 142 votos a favor, uma declaração que delineia “medidas tangíveis” para a solução de dois Estados e condena ataques contra Israel e a devastação em Gaza.

INTERNACIONAL

Nina Campos

9/13/20252 min read

a large group of people sitting in a large room
a large group of people sitting in a large room

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, por uma ampla maioria, uma declaração que apoia a criação de um Estado palestino. O documento, que delineia "medidas tangíveis, com prazo determinado e irreversíveis" para uma solução de dois Estados, foi aprovado com 142 votos a favor, 10 contra e 12 abstenções. A resolução, que condena os ataques do Hamas e de Israel, afirma que a "guerra em Gaza deve terminar agora" e apoia o envio de uma missão internacional de estabilização para o território. A votação ocorre às vésperas de uma reunião de líderes mundiais e em meio à intensificação do conflito.

A declaração de sete páginas, que é o resultado de uma conferência internacional sobre o conflito de Gaza, defende uma solução de dois Estados entre Israel e o território palestino. O documento condena os ataques do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, mas também condena os ataques de Israel contra civis e a infraestrutura de Gaza. O texto afirma que a guerra, que resultou em uma "catástrofe humanitária devastadora", deve terminar imediatamente e apoia o envio de uma missão internacional para estabilizar o território.

O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noel Barrot, afirmou que a resolução "garantiu o isolamento internacional do Hamas", já que a ONU adotou, pela primeira vez, um texto que condena o grupo por seus crimes e pede seu desarmamento.

A votação na ONU mostra a divisão da comunidade internacional em relação ao conflito. A resolução foi apoiada por 142 países, incluindo todos os Estados Árabes do Golfo e a maioria dos países da Europa. No entanto, Israel e Estados Unidos votaram contra a resolução, juntamente com Argentina, Hungria, Micronésia, Nauru, Palau, Paraguai e Tonga.

Os Estados Unidos classificaram a votação como "mais um golpe publicitário equivocado e inoportuno" que mina os esforços diplomáticos. O diplomata americano Morgan Ortagus afirmou que a resolução é um "presente para o Hamas" e que, "longe de promover a paz, a conferência já prolongou a guerra".

Israel, por sua vez, rejeitou a declaração como "unilateral" e classificou a votação como um "circo". O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse que "o único beneficiário é o Hamas... Quando são os terroristas que aplaudem, você não está promovendo a paz; você está promovendo o terror".

A votação da Assembleia da ONU acontece em um momento de intensificação do conflito. A guerra em Gaza já matou mais de 64 mil pessoas e a situação humanitária é desesperadora. A resolução, que tem o objetivo de pressionar por uma solução de paz, será o ponto central de uma reunião de líderes mundiais no dia 22 de setembro, onde países como Reino Unido, França, Canadá, Austrália e Bélgica devem reconhecer formalmente um Estado palestino.