Netanyahu Exige que Catar Expulse o Hamas e Ameaça: ‘Se Não Fizer, Nós o Faremos’

Primeiro-ministro de Israel acusou Doha de dar refúgio e financiamento aos radicais, em um ataque que acontece após bombardeio israelense na capital do país.

INTERNACIONAL

Nina Campos

9/11/20252 min read

a man in a suit and a mask on a car
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Em um novo e grave episódio da crise no Oriente Médio, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez uma exigência direta e sem rodeios ao Catar: o país precisa expulsar as autoridades do Hamas de seu território ou o próprio Israel o fará. A ameaça, feita nesta quarta-feira (10), é o mais recente ataque de Netanyahu a Doha, que foi alvo de um bombardeio israelense na última terça-feira. O primeiro-ministro de Israel acusou o Catar de fornecer refúgio e financiamento aos radicais, e a ação eleva a tensão no Oriente Médio, ameaçando as negociações de paz e a soberania do país do Golfo.

A exigência de Benjamin Netanyahu de que o Catar expulse o Hamas é um movimento diplomático arriscado e que pode ter sérias consequências para a busca por um cessar-fogo em Gaza. O Catar, juntamente com o Egito, tem atuado como um mediador-chave nas negociações de paz entre o Hamas e Israel, e um ataque em seu território, seguido de uma ameaça direta, pode inviabilizar o diálogo. O Ministério das Relações Exteriores do Catar, em uma declaração contundente, condenou as "ameaças explícitas de Netanyahu de futuras violações da soberania estatal".

A ameaça de Netanyahu se baseia em um ataque aéreo que Israel realizou em Doha, na última terça-feira (9). O bombardeio mirou líderes políticos do Hamas, em uma operação que foi vista como uma violação da soberania do Catar e um ataque a um país que tem sido um aliado nas negociações de paz. O primeiro-ministro do Catar, Sheik Mohammed bin Jassim Al-Thani, classificou a ação como "terrorismo de Estado" e disse que ela "matou a esperança" para a libertação dos reféns israelenses que ainda estão em Gaza.

A ação de Netanyahu mostra que ele está disposto a ir longe para eliminar a liderança do Hamas, mesmo que isso signifique arriscar uma crise diplomática com um aliado estratégico dos EUA.

A acusação de que o Catar fornece refúgio e financiamento ao Hamas é o ponto central da disputa. O Catar tem defendido que o escritório político do Hamas é uma forma de canal de diálogo para que as negociações de paz possam avançar. Israel, no entanto, vê a presença dos radicais como uma ameaça. A exigência de Netanyahu de que o Catar expulse o Hamas é um sinal de que ele não confia na mediação do país do Golfo.