MP-SP investiga mais quatro empresas em esquema de propina que motivou prisões de Ultrafarma e Fast Shop
Além da Ultrafarma e Fast Shop, MP-SP suspeita que Oxxo, Kalunga, Rede 28 e Allmix também tiveram benefícios fiscais em troca de propina do esquema da Operação Ícaro.
NACIONAL


A Operação Ícaro, do Ministério Público de São Paulo, que prendeu o fundador da Ultrafarma, Sidney Oliveira, e o diretor da Fast Shop, Mário Otávio Gomes, agora se expande para apurar a participação de mais quatro empresas no esquema de corrupção que teria movimentado mais de R$ 1 bilhão.
Segundo os investigadores, o grupo contava com a atuação do auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, que facilitava benefícios fiscais indevidos para grandes companhias em troca de propina.
Quais empresas estão sob suspeita?
Além da Ultrafarma e da Fast Shop, estão sendo investigadas:
- O grupo controladora dos supermercados Oxxo 
- A varejista de material de escritório Kalunga 
- A Rede 28, que administra postos de combustíveis no interior de São Paulo 
- A Allmix Distribuidora, com sede em Cotia (SP) 
Nenhuma dessas empresas foi alvo de mandados de busca ou prisão até o momento.


De acordo com o MP-SP, o auditor fiscal utilizava sua influência dentro da Secretaria da Fazenda para manipular processos administrativos e reduzir ou anular cobranças de ICMS de forma ilegal. Em troca, recebia pagamentos de propina disfarçados por contratos com empresas de fachada.
Como estão relacionadas ao esquema
- Quebras de sigilo revelaram centenas de e-mails trocados pelo auditor com diferentes empresas. 
- O padrão de atuação incluía recebimento de propina em troca de benefícios fiscais indevidos. 
- Um e-mail anexado à investigação mostrou que a Kalunga teve um pedido de ressarcimento de ICMS-ST aceito de forma suspeita. 
- No caso dos supermercados Oxxo, o contador Agnaldo de Campos, apontado como “testa de ferro”, negociava contratos entre a rede e a empresa usada para os repasses, chamada Smart Tax. 
- Foram encontrados certificados digitais da Ultrafarma e da Rede 28 no computador do auditor, indicando atuação direta em nome dessas empresas junto à Secretaria da Fazenda. 


O avanço da investigação pode ampliar o alcance da Operação Ícaro, atingindo setores variados como farmácias, varejo de eletrônicos, papelarias, combustíveis e supermercados. O MP-SP segue colhendo provas e não descarta novas prisões e quebras de sigilo nos próximos dias.


