MP-SP investiga mais quatro empresas em esquema de propina que motivou prisões de Ultrafarma e Fast Shop

Além da Ultrafarma e Fast Shop, MP-SP suspeita que Oxxo, Kalunga, Rede 28 e Allmix também tiveram benefícios fiscais em troca de propina do esquema da Operação Ícaro.

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8/12/20252 min read

Sidney Oliveira vestindo uma camisa salmão, gesticula enquanto fala.
Sidney Oliveira vestindo uma camisa salmão, gesticula enquanto fala.

A Operação Ícaro, do Ministério Público de São Paulo, que prendeu o fundador da Ultrafarma, Sidney Oliveira, e o diretor da Fast Shop, Mário Otávio Gomes, agora se expande para apurar a participação de mais quatro empresas no esquema de corrupção que teria movimentado mais de R$ 1 bilhão.

Segundo os investigadores, o grupo contava com a atuação do auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, que facilitava benefícios fiscais indevidos para grandes companhias em troca de propina.

Quais empresas estão sob suspeita?

Além da Ultrafarma e da Fast Shop, estão sendo investigadas:

  • O grupo controladora dos supermercados Oxxo

  • A varejista de material de escritório Kalunga

  • A Rede 28, que administra postos de combustíveis no interior de São Paulo

  • A Allmix Distribuidora, com sede em Cotia (SP)

Nenhuma dessas empresas foi alvo de mandados de busca ou prisão até o momento.

 Fila de clientes na inauguração de uma loja de conveniência Oxxo no Brasil.
 Fila de clientes na inauguração de uma loja de conveniência Oxxo no Brasil.

De acordo com o MP-SP, o auditor fiscal utilizava sua influência dentro da Secretaria da Fazenda para manipular processos administrativos e reduzir ou anular cobranças de ICMS de forma ilegal. Em troca, recebia pagamentos de propina disfarçados por contratos com empresas de fachada.

Como estão relacionadas ao esquema

  • Quebras de sigilo revelaram centenas de e-mails trocados pelo auditor com diferentes empresas.

  • O padrão de atuação incluía recebimento de propina em troca de benefícios fiscais indevidos.

  • Um e-mail anexado à investigação mostrou que a Kalunga teve um pedido de ressarcimento de ICMS-ST aceito de forma suspeita.

  • No caso dos supermercados Oxxo, o contador Agnaldo de Campos, apontado como “testa de ferro”, negociava contratos entre a rede e a empresa usada para os repasses, chamada Smart Tax.

  • Foram encontrados certificados digitais da Ultrafarma e da Rede 28 no computador do auditor, indicando atuação direta em nome dessas empresas junto à Secretaria da Fazenda.

 Família entra em uma loja da Kalunga em um shopping center, com outros clientes ao fundo.
 Família entra em uma loja da Kalunga em um shopping center, com outros clientes ao fundo.

O avanço da investigação pode ampliar o alcance da Operação Ícaro, atingindo setores variados como farmácias, varejo de eletrônicos, papelarias, combustíveis e supermercados. O MP-SP segue colhendo provas e não descarta novas prisões e quebras de sigilo nos próximos dias.