MP Pede Bloqueio de R$ 3 Milhões em Bens de Empresário e Delegada Suspeitos de Envolvimento na Morte de Gari

O Ministério Público de Minas Gerais ajuizou a medida para garantir que os familiares do gari Laudemir sejam indenizados. A arma do crime pertencia à esposa do suspeito, a delegada Ana Paula.

NACIONAL

Felipe Alencar

8/19/20252 min read

O empresário Renê da Silva, de óculos, sorrindo com os braços cruzados.
O empresário Renê da Silva, de óculos, sorrindo com os braços cruzados.

O trágico caso do gari Laudemir de Souza Fernandes, morto a tiros em Belo Horizonte, ganhou um novo e importante desdobramento. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pediu o bloqueio de R$ 3 milhões em bens do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, que confessou o crime, e de sua esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira. A medida, ajuizada pela defesa da vítima, tem como objetivo principal garantir que o patrimônio do casal seja preservado para que a família de Laudemir receba a devida indenização, impedindo que os bens sejam desviados.

O pedido do MPMG, feito em nome da família de Laudemir, busca garantir uma compensação financeira pelos danos causados. A solicitação judicial inclui o bloqueio de:

  • Imóveis

  • Veículos

  • Ativos financeiros

  • Participações societárias

O valor de R$ 3 milhões foi estabelecido para cobrir as possíveis indenizações. O promotor Guilherme de Sá Meneghin argumentou que a medida é necessária para assegurar que os bens do casal não sejam transferidos para terceiros antes que a justiça seja feita. A ação do MPMG reforça o compromisso de buscar reparação para a família de uma vítima inocente de um crime brutal.

Montagem fotográfica de Renê da Silva em duas fotos com poses diferentes.
Montagem fotográfica de Renê da Silva em duas fotos com poses diferentes.

Durante um interrogatório nesta segunda-feira (18), o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior confessou ter atirado no gari. Ele relatou que o crime ocorreu durante uma discussão de trânsito, e que a arma utilizada pertencia à sua esposa, a delegada Ana Paula. Renê afirmou que ela não sabia que ele havia pego a arma e que era a primeira vez que ele a usava.

Apesar da declaração, o promotor Meneghin defende que, pelo fato da arma pertencer à delegada, ela tem uma “responsabilidade solidária” no caso. As investigações balísticas já confirmaram que a arma utilizada no crime era de uso pessoal de Ana Paula. Duas armas da delegada foram apreendidas na residência do casal no dia do crime.

O caso se torna ainda mais complexo com a revelação de que o empresário já responde a outro processo por violência doméstica contra sua ex-esposa. O juiz que decretou a prisão de Renê já havia mencionado em sua decisão que o empresário demonstrava ter uma “personalidade violenta”. A defesa de Renê abandonou o caso, citando “motivo de foro íntimo”, o que levanta novas questões sobre os próximos passos da investigação.

A Corregedoria da Polícia Civil abriu um processo para investigar a responsabilidade administrativa da delegada. Embora os delegados do caso afirmem que não há indícios de envolvimento direto dela no crime, as investigações continuam, e o bloqueio de bens visa garantir que a justiça, em todas as suas instâncias, possa ser plenamente aplicada.