MP Pede Bloqueio de R$ 3 Milhões em Bens de Empresário e Delegada Suspeitos de Envolvimento na Morte de Gari
O Ministério Público de Minas Gerais ajuizou a medida para garantir que os familiares do gari Laudemir sejam indenizados. A arma do crime pertencia à esposa do suspeito, a delegada Ana Paula.
NACIONAL


O trágico caso do gari Laudemir de Souza Fernandes, morto a tiros em Belo Horizonte, ganhou um novo e importante desdobramento. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pediu o bloqueio de R$ 3 milhões em bens do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, que confessou o crime, e de sua esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira. A medida, ajuizada pela defesa da vítima, tem como objetivo principal garantir que o patrimônio do casal seja preservado para que a família de Laudemir receba a devida indenização, impedindo que os bens sejam desviados.
O pedido do MPMG, feito em nome da família de Laudemir, busca garantir uma compensação financeira pelos danos causados. A solicitação judicial inclui o bloqueio de:
- Imóveis 
- Veículos 
- Ativos financeiros 
- Participações societárias 
O valor de R$ 3 milhões foi estabelecido para cobrir as possíveis indenizações. O promotor Guilherme de Sá Meneghin argumentou que a medida é necessária para assegurar que os bens do casal não sejam transferidos para terceiros antes que a justiça seja feita. A ação do MPMG reforça o compromisso de buscar reparação para a família de uma vítima inocente de um crime brutal.


Durante um interrogatório nesta segunda-feira (18), o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior confessou ter atirado no gari. Ele relatou que o crime ocorreu durante uma discussão de trânsito, e que a arma utilizada pertencia à sua esposa, a delegada Ana Paula. Renê afirmou que ela não sabia que ele havia pego a arma e que era a primeira vez que ele a usava.
Apesar da declaração, o promotor Meneghin defende que, pelo fato da arma pertencer à delegada, ela tem uma “responsabilidade solidária” no caso. As investigações balísticas já confirmaram que a arma utilizada no crime era de uso pessoal de Ana Paula. Duas armas da delegada foram apreendidas na residência do casal no dia do crime.
O caso se torna ainda mais complexo com a revelação de que o empresário já responde a outro processo por violência doméstica contra sua ex-esposa. O juiz que decretou a prisão de Renê já havia mencionado em sua decisão que o empresário demonstrava ter uma “personalidade violenta”. A defesa de Renê abandonou o caso, citando “motivo de foro íntimo”, o que levanta novas questões sobre os próximos passos da investigação.
A Corregedoria da Polícia Civil abriu um processo para investigar a responsabilidade administrativa da delegada. Embora os delegados do caso afirmem que não há indícios de envolvimento direto dela no crime, as investigações continuam, e o bloqueio de bens visa garantir que a justiça, em todas as suas instâncias, possa ser plenamente aplicada.


