Moraes Pede Extradição de Ex-Assessor Acusado de Vazamento de Dados Sigilosos

Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, é denunciado pela PGR por crimes como violação de sigilo funcional e tentativa de golpe de Estado.

NACIONAL

Eduardo Borges

8/24/20252 min read

Eduardo Tagliaferro e Alexandre de Moraes sorrindo
Eduardo Tagliaferro e Alexandre de Moraes sorrindo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou ao Ministério da Justiça a extradição de Eduardo Tagliaferro, seu ex-assessor no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O pedido foi feito após a Polícia Federal (PF) indiciar Tagliaferro por acusações graves, como vazar informações sigilosas da Justiça Eleitoral e do STF para a imprensa. A solicitação de extradição foi formalizada junto ao governo da Itália, onde o ex-assessor se encontra. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também apresentou uma denúncia formal contra ele no STF.

A denúncia da PGR, liderada pelo procurador-geral Paulo Gonet, aponta que Eduardo Tagliaferro cometeu uma série de crimes, incluindo:

  • Violação de sigilo funcional: Por vazar conversas sigilosas de servidores do STF e do TSE.

  • Coação no curso do processo: Por ameaçar divulgar novas informações sigilosas após sair do Brasil.

  • Obstrução de investigação de infração penal: Por atuar em favor de uma "organização criminosa" que espalha notícias falsas.

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito: A PGR alega que o vazamento seletivo de informações tinha o propósito de deslegitimar as investigações em curso no Supremo.

Segundo a acusação, o ex-assessor, que atuou como chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, usou seu cargo para favorecer grupos que buscam desestabilizar as instituições.

Eduardo Tagliaferro em close
Eduardo Tagliaferro em close

Em nota, a defesa de Eduardo Tagliaferro classificou as acusações como "perseguição" e afirmou que a denúncia não surpreende. Os advogados alegam que Tagliaferro foi vítima de uma apreensão ilegal de celular e que apenas confirmou informações que já estavam nas mensagens.

A defesa também informou que seu cliente teme por sua vida e que ele recebeu ordens que não poderia descumprir enquanto trabalhava no gabinete de combate à desinformação do TSE. Apesar disso, Tagliaferro planeja "revelar dados que merecem ser analisados com rigor da lei para a moralização do país".