Ministério da Saúde compra 2,5 mil tratamentos contra ingestão de metanol após alta nas notificações

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que o governo fechou a compra de 2.500 unidades de fomepizol, antídoto usado no tratamento de intoxicação por metanol. A aquisição foi feita via Organização Pan-Americana de Saúde, com fornecedor do Japão. A previsão é que o medicamento chegue ao Brasil na próxima semana.

Além disso, o governo também vai comprar mais unidades de etanol farmacêutico, outro insumo terapêutico já usado no tratamento desses casos. Hoje já há 4.300 unidades em estoque, e outras 12 mil deverão ser entregues em breve. Também está em negociação a compra de mais 60 mil ampolas produzidas por indústria nacional.

Crescimento expressivo de casos

O boletim do Ministério da Saúde aponta 127 notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Destas, 11 foram confirmadas em laboratório.

Do total, 12 casos resultaram em óbito: um já confirmado em São Paulo, e 11 em investigação (8 em SP; 1 em Pernambuco; 1 na Bahia; 1 no Mato Grosso do Sul). Novos estados, como Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul, registraram notificações recentemente.

Autoridades apuram que o metanol utilizado em alguns casos pode ter sido empregado para limpar garrafas adulteradas antes do envase da bebida. Esse uso ilícito na higienização está entre as principais hipóteses investigadas.

Implicações para saúde pública

A escalada dos casos mostra um risco grave: o metanol é extremamente tóxico e pode causar danos irreversíveis ou morte em doses pequenas. A demora no diagnóstico e a falta de antídotos suficientes agravam ainda mais o cenário.

Com a chegada dos novos antídotos, espera-se acelerar e ampliar o atendimento às vítimas em todo o país. O Ministério da Saúde afirma que vai monitorar casos, repassar insumos a estados e municípios e reforçar vigilância para identificar redes de falsificação e adulteração de bebidas alcoólicas.