Lula Responde a Trump sobre ‘Tarifaço’: ‘Cada Um Cuida do Seu Quintal, o Nosso Nós Cuidamos’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu de forma direta e sem rodeios às tarifas impostas pelo governo de Donald Trump aos produtos brasileiros. Em entrevista ao "SBT Brasil" nesta sexta-feira (5), Lula afirmou que o líder norte-americano "não é dono" do Brasil e que "cada um dá palpite no seu quintal". A fala do presidente, que é um recado claro de que o país não aceitará ingerência externa, reforça a tensão diplomática com os Estados Unidos, que tem crescido nas últimas semanas.

A principal acusação de Lula é a de que o "tarifaço" de Trump não é uma medida comercial, mas sim um ato político. Em uma carta enviada ao presidente brasileiro, Trump justificou a taxação citando o processo no qual o ex-chefe do Executivo, Jair Bolsonaro, é réu no Supremo Tribunal Federal (STF). Para Lula, a citação ao processo de Bolsonaro é uma prova de que a medida é uma forma de ingerência na política interna do país. O presidente brasileiro foi enfático ao dizer que essa atitude de Trump "se intromete no poder Judiciário Brasileiro, se intromete na soberania brasileira, se intromete na legislação brasileira. Isso não existe em nenhum lugar do mundo".

A fala de Lula de que "cada um dá palpite no seu quintal" é um sinal de que o Brasil não aceitará ser tratado como um "subalterno". O presidente, que tem uma postura diplomática de defesa da soberania nacional, deixou claro que o país não aceitará a interferência de outros governos em sua política interna. A defesa de Lula da soberania brasileira é um dos pontos centrais de sua política externa.

A tensão entre os dois países é agravada pela falta de diálogo. Lula afirmou na entrevista que o diálogo com os EUA sobre o "tarifaço" "não passou da hora, porque ele [Trump] não quer conversar". O presidente brasileiro disse que, enquanto ele tem ministros como Fernando Haddad e Luiz Marinho prontos para conversar, os americanos não têm um interlocutor. A falta de diálogo, para Lula, é uma prova de que o comportamento dos EUA em relação ao Brasil é "político" e não comercial.