Lula Defende Relação com a China: ‘Vendemos Pra Quem Quer Comprar’ e Cita Balança Comercial Vantajosa
Em meio à tensão com os Estados Unidos pelo tarifaço de Trump, o presidente do Brasil comparou a relação comercial com os dois países e justificou a aproximação com Pequim.
POLÍTICA BRASIL


Em uma declaração pragmática e direta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a relação comercial do Brasil com a China, em meio à crescente tensão com os Estados Unidos. Em entrevista ao "SBT Brasil", Lula afirmou que o Brasil vende seus produtos "pra quem quer comprar", e que a relação com os chineses se baseia em uma balança comercial muito mais vantajosa para o país. A fala de Lula é um recado claro a Donald Trump e aos críticos da aproximação do governo brasileiro com a China.
A principal justificativa de Lula para a relação com a China foi econômica. O presidente comparou os números do comércio entre o Brasil, a China e os EUA, mostrando a clara vantagem de Pequim para a economia brasileira.
- Comércio: O comércio entre Brasil e China é hoje o dobro do que é com os Estados Unidos. 
- Balança Comercial: Com a China, o Brasil tem um superávit, ou seja, exporta mais do que importa. Com os EUA, a relação é o oposto: o Brasil tem um déficit, importando mais do que exporta. 
A comparação de Lula mostra que a relação com a China não é apenas comercial, mas uma questão de interesse econômico.

A fala de Lula ocorre em um momento de grande tensão com os Estados Unidos. O governo de Donald Trump impôs um "tarifaço" a produtos brasileiros, citando uma relação comercial "desequilibrada" como uma das justificativas. O presidente americano defende uma política de "América em primeiro lugar", que tem gerado atrito com diversos países, incluindo o Brasil. A postura de Lula de defender a relação com a China é uma resposta direta às sanções de Trump.
A aproximação do Brasil com a China e outros países do chamado "Sul Global" não é apenas econômica. Ela é estratégica. O assessor especial de Lula, Celso Amorim, esteve presente em um desfile militar em Pequim e discutiu o multilateralismo e o fortalecimento do "Sul Global" com o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi.
O Brasil também assinou um memorando de cooperação com a China e a Rússia, e Lula já visitou a China e assinou dezenas de acordos comerciais. A relação com Pequim, portanto, é uma prioridade para o governo brasileiro, que busca se posicionar como uma liderança global, livre de ser "tratado como subalterno".


