Lula Alerta para ‘Risco’ de Anistia a Condenados do 8 de Janeiro e Cita Força da Extrema-Direita no Congresso

Presidente expressou preocupação sobre possível aprovação do projeto, enquanto o governador Tarcísio de Freitas lidera a articulação política pela anistia no Legislativo.

POLÍTICA BRASIL

Eduardo Borges

9/4/20252 min read

a man in a red suit and hat with a microphone
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou, nesta quinta-feira (4), sua preocupação com a possibilidade de o Congresso Nacional aprovar uma anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Em um bate-papo transmitido nas redes sociais, Lula afirmou que, se o projeto for a voto, "nós corremos o risco da anistia, porque o Congresso, vocês sabem, não é um Congresso eleito pela periferia. O Congresso tem ajudado o governo, mas a extrema-direita tem muita força ainda". A fala de Lula expõe a tensão política em torno da anistia e o embate com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que tem liderado a articulação em favor do perdão.

Apesar de o Congresso ter aprovado diversas pautas importantes para o governo, Lula demonstrou que a força da oposição no Legislativo é um ponto de atenção. A preocupação de Lula com a anistia não é nova. A CNN mostrou que o presidente já havia reiterado ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que a ideia de perdão é um atentado contra a democracia e a soberania nacional. A anistia, para o presidente, seria um sinal de que os atos antidemocráticos de 8 de janeiro podem ser tolerados.

two men in suits and ties standing in front of a large screen
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Do outro lado do espectro político, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem sido o principal articulador em favor da anistia. Cotado como um possível adversário de Lula em 2026, Tarcísio se reuniu com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e outros políticos da oposição para discutir o assunto.

Em um jantar, o governador chegou a prever que o projeto seria aprovado na Câmara com mais de 300 votos, o que, na visão dele e de seus aliados, tornaria a aprovação no Senado "inevitável". A articulação de Tarcísio pela anistia é um gesto de aproximação com a base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas ao mesmo tempo é uma postura que o coloca em confronto direto com o presidente da República.

A discussão sobre a anistia a condenados de 8 de janeiro não é apenas um debate político; ela é um embate de visões sobre o futuro da democracia brasileira. Para o presidente Lula, o perdão aos criminosos seria um sinal de fraqueza das instituições e um incentivo a novos atos de autoritarismo. Já para a oposição, a anistia seria um ato de conciliação e de superação das tensões políticas.

A fala de Lula é um alerta de que a batalha pela anistia será um dos pontos centrais da política brasileira nos próximos meses. O resultado do voto no Congresso será um indicativo da força da extrema-direita e um momento de definição para a democracia do país.