Lula Afirma que Brasil Não Tomará Lado em Conflito entre EUA e Venezuela e Ficará ‘Do Lado da Paz’
Em entrevista, o presidente defendeu a negociação como a melhor solução para divergências internacionais e criticou a ingerência de Donald Trump na política interna do país.
POLÍTICA BRASIL


Em um momento de crescente tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil não tomará lado no conflito. Em entrevista ao "SBT Brasil", Lula defendeu a tradição diplomática do país, dizendo que o Brasil "vai ficar do lado que sempre teve, do lado da paz". A declaração é uma tentativa de posicionar o Brasil como um mediador neutro em um conflito que pode ter sérias consequências para a estabilidade da América do Sul.
A postura de Lula de não tomar partido no conflito é uma das principais bandeiras de sua política externa. O presidente defendeu que a melhor e mais barata forma de resolver divergências entre duas nações é através da negociação. "Se tem divergência entre duas nações, não tem coisa melhor, mais barata do que sentar numa mesa de negociação e conversar. Então o país ficará do lado da paz outra vez", disse ele. A fala de Lula busca reforçar a imagem do Brasil como um país que prioriza o diálogo e a diplomacia.

As tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela têm aumentado nas últimas semanas, com o governo de Donald Trump enviando uma frota de navios de guerra para o mar do Caribe, perto da costa venezuelana. A ação foi justificada como uma operação de combate ao narcotráfico, mas o presidente venezuelano Nicolás Maduro a viu como uma ameaça de invasão e prometeu uma "luta armada" se seu país for agredido. Diante de uma possível escalada, o Brasil, que faz fronteira com a Venezuela, tem um interesse direto em manter a estabilidade na região. A posição de Lula de não tomar lado é, portanto, uma estratégia para manter o Brasil fora de um conflito que não o beneficia.
A entrevista de Lula não se limitou à Venezuela. O presidente também criticou o "tarifaço" de Trump a produtos brasileiros, que ele classificou como uma "ingerência" na política interna do Brasil. Lula usou uma frase direta para responder a Trump: "A carta do Trump se intromete no poder Judiciário Brasileiro, se intromete na soberania brasileira... Isso não existe em nenhum lugar do mundo. Cada um dá palpite no seu quintal, cuida do seu galinheiro. O nosso nós cuidamos". A fala de Lula é um recado claro de que o Brasil não aceitará ser "tratado como subalterno" e que o país tem soberania para tomar suas próprias decisões.


