Lula Acusa Nikolas de Defender ‘Crime Organizado’ com Vídeo Viral Contra o Pix

Uma nova e forte acusação agitou o cenário político. Em entrevista à Rádio Itatiaia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, sem citar o nome do deputado, que Nikolas Ferreira (PL-MG) fez uma campanha viral contra as mudanças no sistema Pix com o objetivo de "defender o crime organizado". A declaração de Lula liga diretamente o vídeo do parlamentar, que teve mais de 336 milhões de visualizações, a uma megaoperação da Polícia Federal (PF) contra uma rede ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que adulterava combustíveis e lavava dinheiro.

O presidente Lula se referiu a um vídeo publicado por Nikolas Ferreira em janeiro, no qual o deputado afirmava que o governo teria a intenção de taxar o Pix. A campanha do parlamentar viralizou e gerou uma crise política. Agora, Lula afirma que, na verdade, a mudança que a Receita Federal propunha era para combater o crime organizado e que o vídeo do deputado, ao atacar a medida, serviu para criar brechas.

"O que ele estava fazendo era defender o crime organizado e nós não vamos dar trégua para o crime organizado", disse Lula, em um recado direto ao deputado. O presidente afirmou ainda que a fiscalização das fintechs agora será mais rígida, pois foi descoberto que "tem muita gente ligada ao crime organizado".

A fala de Lula se baseia em uma megaoperação deflagrada por uma força-tarefa que envolveu o Ministério Público e diversas polícias. A operação, considerada por Lula como "a mais importante da história", agiu em oito estados do Brasil contra uma rede ligada ao PCC que operava um esquema de lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis.

O presidente disse que a ação foi um aviso de que "o governo começou a agir fortemente contra o crime organizado". Ele também prometeu que o governo federal vai "mostrar a cara de quem faz crime organizado".

A acusação de Lula não foi a única. Na última quinta-feira (28), o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) enviou uma notícia-crime à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Nikolas Ferreira. O petista acusa o deputado de disseminar informações falsas sobre o sistema financeiro, o que beneficia esquemas de lavagem de dinheiro.

Segundo Correia, a narrativa de Nikolas "fragiliza os mecanismos de rastreamento digital" e fortalece a infraestrutura paralela do crime. A notícia-crime busca responsabilizar o deputado por suas declarações, ligando a desinformação diretamente a um crime.