Kremlin Acusa Europa de Atrapalhar Esforços de Paz de Trump e Pondera Fim da Guerra na Ucrânia

Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, diz que a Rússia está pronta para a diplomacia, mas continuará a operação militar até que Kiev mostre sinais reais de interesse em um acordo de paz.

INTERNACIONAL

Renata Moreira

8/31/20252 min read

a man in a suit and tie is walking through a hallway
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Em uma declaração que adiciona uma nova camada de tensão à diplomacia da guerra, o Kremlin acusou as potências europeias de estarem atrapalhando os esforços do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para alcançar a paz na Ucrânia. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia está pronta para negociar, mas continuará sua "operação militar especial" até ver sinais de que Kiev está disposta a buscar um acordo. A fala de Peskov expõe o jogo de acusações entre as potências e o impasse que a guerra enfrenta, mesmo com os recentes encontros diplomáticos.

Dmitry Peskov disse à mídia estatal russa que o "partido europeu da guerra" tem sido o principal obstáculo aos esforços dos EUA e da Rússia para encontrar uma solução para o conflito. A declaração coloca a Europa como a vilã na narrativa do Kremlin, que se posiciona como um mediador que busca uma solução "política e diplomática" para o conflito. A acusação de Peskov é uma forma de deslegitimar a posição da Europa, que, por sua vez, afirma não acreditar que o presidente russo, Vladimir Putin, queira a paz de verdade.

a group of people standing in front of a group of flags
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Apesar da fala de Peskov sobre a disposição da Rússia em negociar, o porta-voz do Kremlin deixou claro que o fim da guerra está condicionado a uma única coisa: a "reciprocidade de Kiev". O Kremlin, no entanto, já afirmou diversas vezes que não cederá as terras que tomou da Ucrânia, o que torna a condição de paz inaceitável para o governo ucraniano, que busca a soberania e a integridade de seu território. A condição de Putin de manter o controle sobre o quinto do território ucraniano que a Rússia já conquistou é o principal impasse nas negociações.

A fala do Kremlin sobre a paz também contrasta com a realidade no campo de batalha. O ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, disse na sexta-feira que o Exército russo acelerou seu ritmo de avanço na Ucrânia e estava tomando o controle de até 700 km² por mês. A informação mostra que a Rússia não está em uma posição de desvantagem militar e tem pouco a ganhar com um acordo de paz, o que torna a sua fala sobre negociações uma forma de propaganda política. O conflito, que já matou e feriu mais de 1,2 milhão de pessoas, continua a avançar sem um fim à vista.