Julgamento do Golpe Começa no STF com Segurança Reforçada por Drones; Filhos de Bolsonaro Fazem Vigília
Sem protestos na frente do Supremo, o tribunal usou drones com câmeras térmicas para vigiar a área, enquanto Carlos e Jair Renan Bolsonaro se reuniram com apoiadores em vigília no condomínio do pai.
NACIONAL


O julgamento da trama golpista, um dos mais importantes da história do Brasil, teve início no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (2). E o que se viu em Brasília foi uma cena de grande contraste: o tribunal, blindado por um forte esquema de segurança com drones e cães farejadores, e, a quilômetros de distância, os filhos de Jair Bolsonaro liderando uma vigília de apoiadores em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar. A primeira sessão do julgamento ocorreu sem protestos nas imediações do STF, mas com um reforço de segurança que demonstra a seriedade com que as autoridades tratam o caso.
O governo do Distrito Federal e o STF não pouparam esforços para garantir a segurança durante o julgamento. Um dos destaques do esquema de segurança é o uso de drones com câmeras térmicas, que conseguem identificar pessoas de dia e de noite pelo calor do corpo. Além disso, uma célula presencial de inteligência foi criada para monitorar a situação em tempo real.
Outras medidas de segurança incluíram:
- Varredura com cães farejadores nas imediações do prédio do STF. 
- Reforço do efetivo da Polícia Militar em todo o entorno da Praça dos Três Poderes. 
- Controle de acesso restrito à praça e ao prédio do Supremo, com o uso de detectores de metais. 
O reforço da segurança, mesmo sem a presença de manifestantes, sinaliza a importância de proteger as instituições democráticas e garantir a tranquilidade do julgamento.


Enquanto o julgamento tinha início, os filhos de Bolsonaro, Carlos Bolsonaro e Jair Renan Bolsonaro, se reuniram com um pequeno grupo de apoiadores em vigília no condomínio Solar de Brasília, onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar. As imagens mostram o grupo segurando bandeiras do Brasil e de Israel. A vigília, que aconteceu na noite de segunda-feira (1º), é um sinal de que os apoiadores de Bolsonaro continuam mobilizados, mesmo com o ex-presidente sob custódia e longe do centro do poder. A defesa de Bolsonaro confirmou que ele não acompanharia o julgamento presencialmente.
O julgamento, que começou com a fala do procurador-geral Paulo Gonet, busca apurar a responsabilidade do ex-presidente e de outros sete réus na suposta trama golpista. Eles são acusados de conspirar para permanecer no poder após a derrota nas eleições de 2022. Os crimes que pesam sobre eles podem somar até 43 anos de prisão, em caso de condenação com pena máxima.
A pauta do julgamento prevê cinco sessões, que devem ocorrer até o dia 12 de setembro. As sessões serão transmitidas em tempo real, permitindo que a população acompanhe de perto o desenrolar de um dos casos mais relevantes da história política brasileira.


