Israel Ordena Evacuação e Derruba Arranha-Céu Residencial em Gaza pelo Segundo Dia Consecutivo

Exército israelense afirma que controla 40% da Cidade de Gaza e que a ofensiva tem como alvo a principal cidade da Faixa, onde estariam os últimos reféns do Hamas.

INTERNACIONAL

Nina Campos

9/7/20252 min read

a man standing in front of a pile of rubble
a man standing in front of a pile of rubble

O Exército israelense intensificou sua ofensiva na Cidade de Gaza, a maior cidade da Faixa de Gaza, com novas ordens de evacuação e o bombardeio de mais um arranha-céu residencial. A ação, que derrubou o segundo edifício de grande altura em dois dias, é um sinal de que o Exército israelense está avançando para tomar o controle total da cidade, que é considerada o último bastião do Hamas e onde o governo de Benjamin Netanyahu acredita que os últimos reféns ainda estão sendo mantidos.

Neste sábado (6), o Exército israelense emitiu uma nova ordem de evacuação para alguns bairros da Cidade de Gaza. Pouco depois, testemunhas relataram à agência AFP que um edifício de grande altura, o Susi, foi destruído em um bombardeio. A ação se repete pelo segundo dia consecutivo, já que, na sexta-feira (5), as forças israelenses destruíram o segundo prédio mais alto da cidade.

O Exército israelense acusa o Hamas de usar edifícios residenciais e infraestruturas civis para dar apoio às suas atividades, o que o grupo terrorista nega. Apesar da falta de comprovação das acusações, a Força de Defesa de Israel tem bombardeado áreas civis, alegando que elas seriam usadas para proteger os militantes.

a large black smoke cloud rises over a building
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O Exército israelense afirma que já controla 40% da Cidade de Gaza e 75% da Faixa de Gaza. A ofensiva busca tomar o controle total da cidade, que é o último grande reduto do Hamas no enclave. A ação militar, no entanto, é vista como um grande risco para os reféns que ainda estão em Gaza.

Apesar de o Hamas ter aceitado uma proposta de cessar-fogo em agosto, a qual previa a libertação de reféns em etapas, o governo de Benjamin Netanyahu exige que o grupo liberte todos os reféns de uma vez e deponha as armas. O Exército israelense estima que 25 dos 47 reféns que ainda estão em Gaza estão mortos.

Em sua mensagem para a evacuação, o coronel Avichay Adraee, porta-voz em língua árabe do Exército, pediu que os palestinos fossem para Khan Younis, no sul do território, que ele classificou como uma "zona humanitária". A mensagem, no entanto, é vista com ceticismo pelos palestinos, que acusam Israel de mentir sobre a segurança das zonas que ele declara como seguras. "O Exército mente para as pessoas. Quando buscamos ajuda, abrem fogo", disse Abdelnaser Muchtaha, de 48 anos, um deslocado. Basam al Astal, de 52 anos, outro deslocado, disse que a zona "não é nem humanitária nem segura" e que a cada dia morre mais gente por falta de comida e água.