Grande SP registra terceira morte suspeita por intoxicação com metanol em bebidas adulteradas

Autoridades emitem alerta após série de casos em São Bernardo e na capital paulista; Ministério da Justiça fala em risco de surto.

NACIONAL

Rafael Cardoso

9/29/20252 min read

a variety of drinks in a bar
a variety of drinks in a bar

A Prefeitura de São Bernardo do Campo confirmou nesta segunda-feira (29) a terceira morte suspeita por consumo de bebida alcoólica adulterada com metanol na Grande São Paulo. É o segundo caso no município e o terceiro na região metropolitana.

O primeiro óbito foi de um homem de 58 anos, no dia 24 de setembro. O segundo, de 45 anos, ocorreu no domingo (28). Ambos estão sob análise do Instituto Médico Legal (IML). Na capital, um morador da Zona Leste de 54 anos morreu no dia 15 de setembro com sintomas compatíveis de intoxicação.


O metanol é um álcool industrial altamente tóxico, utilizado em combustíveis e solventes, mas proibido para consumo humano. Pequenas quantidades já podem provocar cegueira e até a morte.

Casos de bebidas “batizadas” não são novos no Brasil, mas o atual cenário preocupa pelo número e pela rapidez com que estão sendo registrados. Segundo a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, nove ocorrências foram notificadas em apenas 25 dias no estado de São Paulo.

Quem é afetado?
O alerta atinge diretamente consumidores de bares, distribuidoras e festas informais que não verificam a procedência das bebidas. A recomendação é clara: só comprar produtos com rótulo, selo fiscal e lacre de segurança.

Estabelecimentos também podem ser responsabilizados, caso comercializem bebidas clandestinas. O risco não é só individual, mas coletivo, com possibilidade de surtos de intoxicação em escala local.

Até o momento:

  • 3 mortes suspeitas registradas na Grande SP.

  • 10 casos em investigação na capital paulista.

  • 6 casos confirmados de intoxicação por metanol em 2025, segundo a Secretaria Estadual da Saúde.

  • 9 notificações em 25 dias no estado, consideradas “fora do padrão” pelo governo federal.

O Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo afirmou estar intensificando a fiscalização em bares e distribuidoras. Já o Ministério da Justiça reforçou que a situação exige alerta máximo, especialmente em finais de semana, quando o consumo é maior.

Na nota oficial, a Senad destacou que este é um cenário inédito: até então, os casos de metanol estavam ligados a ingestão deliberada em contextos de abuso de substâncias, e não ao consumo social de bebidas em bares.

Mitos e fatos

  • “Metanol e etanol são iguais.” Falso. O etanol é o álcool usado em bebidas; o metanol é industrial e letal ao ser ingerido.

  • “É possível identificar no gosto.” Falso. O metanol é incolor, tem cheiro semelhante ao álcool comum e não pode ser detectado facilmente pelo consumidor.

  • “Pequenas doses não fazem mal.” Falso. Doses mínimas já podem causar cegueira, convulsões e morte.

O que observar?
Os exames do IML devem confirmar se os óbitos foram causados por metanol. Enquanto isso, autoridades de saúde monitoram o avanço dos casos e reforçam campanhas de conscientização.

A investigação sobre a origem das bebidas adulteradas também está em andamento e pode levar a prisões de fabricantes e distribuidores ilegais.


O consumo de bebidas adulteradas com metanol representa uma ameaça grave à saúde pública. A prevenção depende tanto da fiscalização das autoridades quanto da responsabilidade de bares e consumidores em exigir procedência.

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