EUA Pressionam Países contra Reconhecimento da Palestina e Alertam que ‘Haverá uma Resposta’

A diplomacia no Oriente Médio está mais tensa do que nunca. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, alertou outros países de que o reconhecimento de um Estado palestino "criará mais problemas" e que a ação não ficará sem uma "resposta". A declaração de Rubio, feita em Quito, no Equador, é uma tentativa clara do governo americano de pressionar a comunidade internacional a não apoiar um movimento que, segundo ele, é "falso, nem mesmo é real". A fala de Rubio se soma à crescente crítica global sobre o apoio irrestrito dos EUA a Israel, em meio a uma crise humanitária devastadora na Faixa de Gaza.

O recado de Marco Rubio foi direto e sem rodeios. Em sua fala, ele afirmou que os países que reconhecerem a Palestina "criarão problemas" e que a atitude tornará "mais difícil conseguir um cessar-fogo". O secretário de Estado chegou a ameaçar que uma "resposta" dos EUA seria inevitável. A declaração de Rubio é um sinal de que o governo americano continua alinhado com a política de Israel e que não vê o reconhecimento de um Estado palestino como uma solução para o conflito.

A postura dos EUA contrasta com a de muitos países que, em meio à devastação em Gaza, têm defendido a solução de dois Estados como a única forma de paz na região.

A guerra na Faixa de Gaza, que começou em 7 de outubro de 2023, já causou uma devastação imensa. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, pelo menos 61 mil palestinos foram mortos nos ataques israelenses, e 1,9 milhão de pessoas foram deslocadas de suas casas, o que corresponde a mais de 80% da população total do território.

A situação humanitária é desesperadora. A ONU afirma que mais de mil pessoas foram mortas tentando conseguir alimentos, e os relatos de pessoas morrendo por inanição são diários. A falta de entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza se tornou um dos pontos mais críticos do conflito.

A fala de Marco Rubio acontece em um momento em que a comunidade internacional está cada vez mais pressionando por uma solução de paz. Israel, por sua vez, teria reagido a essa pressão e estaria estudando a possibilidade de anexar a Cisjordânia, o que seria uma medida drástica que acabaria com a possibilidade de um Estado palestino viável.

O embate diplomático é claro: de um lado, os EUA e Israel, que defendem que o reconhecimento de um Estado palestino é uma medida prematura; do outro, uma crescente pressão global para que uma solução política seja encontrada, antes que o conflito se agrave ainda mais.