EUA avaliam envio de mísseis Tomahawk para a Ucrânia e elevam tensão com a Rússia

Pedido de Zelensky pressiona governo Trump a autorizar armamento de longo alcance, enquanto a guerra segue estagnada e mortes aumentam no front.

INTERNACIONAL

9/28/20252 min read

a man in a suit and tie is standing in front of a microphone
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O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, afirmou neste domingo (28) que Washington está analisando o pedido da Ucrânia para receber mísseis Tomahawk de longo alcance. O armamento, capaz de atingir alvos a até 2.500 km, seria um reforço significativo no arsenal ucraniano contra os bombardeios russos.

A decisão final caberá ao presidente Donald Trump, que no passado já recusou solicitações semelhantes de Kiev, temendo uma escalada ainda maior do conflito com Moscou.

Contexto essencial
Desde 2022, a Ucrânia pressiona os EUA e aliados europeus por armas de maior alcance. Os drones e mísseis fornecidos até agora ajudaram a conter ofensivas, mas não alteraram de forma decisiva o equilíbrio no campo de batalha.

O pedido por Tomahawks surge em um momento em que a guerra parece travada: avanços mínimos dos russos, altos custos humanos e destruição crescente nas cidades ucranianas. A pressão internacional aumenta para que os EUA definam até onde estão dispostos a ir no apoio a Kiev.


Se aprovados, os Tomahawks dariam à Ucrânia a capacidade de atingir alvos estratégicos muito além da linha de frente, inclusive em território russo. Para Moscou, seria encarado como provocação direta da Otan, aumentando o risco de retaliações.

Na prática, a decisão pode alterar rotas comerciais, elevar custos de energia na Europa e prolongar a instabilidade no mercado global. Para a população ucraniana, pode significar mais esperança de resistir aos ataques, mas também maior risco de escalada da guerra.

Números e dados

  • Alcance dos Tomahawks: 2.500 km.

  • Guerra já deixou centenas de milhares de mortos e feridos, segundo estimativas de organizações internacionais.

  • Rússia intensificou ataques aéreos recentes: apenas neste fim de semana, 4 pessoas morreram em Kiev em bombardeios que miravam instalações militares.

a missile - fired missile on a missile
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Trump tem demonstrado frustração com a falta de avanços em negociações de paz com Vladimir Putin. Seu governo afirma que busca uma solução diplomática, mas acusa Moscou de recusar propostas.

Enquanto isso, países europeus pressionam por mais apoio militar, temendo que a guerra continue a se arrastar indefinidamente. Moscou já sinalizou que consideraria a entrega de Tomahawks como uma escalada “inaceitável”.

Comparações e referências
O debate lembra a polêmica sobre o envio de mísseis HIMARS em 2022, quando se discutia se dar esse poder à Ucrânia provocaria reação imediata da Rússia. Hoje, a situação é ainda mais delicada: os Tomahawks têm alcance muito superior, podendo atingir bases militares em solo russo a milhares de quilômetros da fronteira.


Trump deve decidir nas próximas semanas se autoriza ou não a transferência, que poderia ser feita indiretamente: os EUA venderiam o armamento a aliados europeus, que, por sua vez, repassariam os mísseis a Kiev.

Enquanto isso, a guerra segue em impasse sangrento, sem sinais de cessar-fogo. A escolha de Washington pode determinar se o conflito entra em uma nova fase de escalada ou se a pressão por negociações ganha força.


A possível entrega de Tomahawks à Ucrânia coloca os EUA diante de um dilema: fortalecer um aliado em busca de sobrevivência ou evitar um passo que pode acender ainda mais o barril de pólvora europeu. O que prevalecerá: a lógica militar ou a prudência diplomática?