Dono da Ultrafarma é preso em operação que investiga esquema bilionário de propinas em SP
Operação Ícaro prende Sidney Oliveira (Ultrafarma) e mira auditor fiscal e diretor da Fast Shop. MP-SP apura liberação indevida de créditos de ICMS e pagamentos disfarçados.
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O fundador da rede de farmácias Ultrafarma, Sidney Oliveira, foi preso nesta terça-feira (12) durante a Operação Ícaro, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). A investigação aponta que auditores fiscais e empresários estariam envolvidos em um esquema de corrupção que movimentou mais de R$ 1 bilhão em propinas.
Segundo o MP, a rede de corrupção beneficiava grandes empresas do varejo por meio da manipulação de processos administrativos, permitindo a redução ou anulação irregular de dívidas tributárias.
Como funcionava o esquema?
Auditores fiscais cobravam propinas para “facilitar” a quitação irregular de créditos tributários.
Os pagamentos eram feitos de forma disfarçada, por meio de empresas registradas em nome de familiares de servidores públicos.
Em troca, os empresários tinham benefícios fiscais ilegais, causando prejuízos milionários aos cofres públicos.


Além de Sidney Oliveira, a operação também cumpriu mandados contra o diretor da Fast Shop, Mario Otávio Gomes, e um auditor fiscal apontado como operador do esquema.
No total, foram três prisões temporárias e mais de 20 mandados de busca e apreensão em São Paulo e em outros estados.
Até o momento, a Ultrafarma não se manifestou oficialmente sobre a prisão do seu fundador. A defesa de Sidney Oliveira afirmou que vai se pronunciar após ter acesso completo ao processo.
O MP-SP informou que os investigados poderão responder por:
Corrupção ativa e passiva
Organização criminosa
Lavagem de dinheiro
A Operação Ícaro é considerada uma das maiores já realizadas contra crimes fiscais no estado, e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias.
A prisão de Sidney Oliveira coloca em evidência a relação entre o poder econômico e esquemas de corrupção fiscal. O caso deve ter forte impacto no setor varejista e levanta discussões sobre a fiscalização e a transparência na cobrança de tributos no Brasil.