Desfile Militar da China Exibe Poderio e Consolida Xi Jinping como Líder de Nova Ordem Mundial
Parada em Pequim com tanques, drones e mísseis hipersônicos, acompanhada por Vladimir Putin e Kim Jong-un, reforça a intenção chinesa de se opor à hegemonia americana e conquistar o protagonismo geopolítico.
INTERNACIONAL


Em uma demonstração de força e confiança, o líder chinês Xi Jinping presidiu, nesta quarta-feira (3), o maior desfile militar da China em seis anos. O evento, realizado em Pequim para celebrar o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, foi meticulosamente planejado para enviar uma mensagem ao mundo: a China quer se posicionar no centro de uma nova ordem global. Ao seu lado, em posição de honra, estavam o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, uma cena que reforça a percepção de um novo eixo de poder no cenário geopolítico.
O desfile foi um lembrete do poderio militar chinês, que agora acompanha seu peso econômico e diplomático. Diante de milhares de soldados e dezenas de representantes de governos estrangeiros, o ELP (Exército de Libertação Popular) exibiu sua "nova geração" de armamentos. A parada contou com:
- Veículos de combate: Modernos blindados e tanques de última geração, mostrando a evolução das forças terrestres do país. 
- Tecnologia aérea: Caças e, o mais impressionante, drones com inteligência artificial, que podem ser usados para diferentes funções, de ataque a reconhecimento. 
- Poder de dissuasão: Mísseis hipersônicos, capazes de cruzar oceanos, e mísseis estratégicos, que são a espinha dorsal da capacidade de dissuasão nuclear da China. 
A exibição de armamentos mostra que a China de Xi Jinping não está apenas se modernizando, mas também rivalizando, e em algumas categorias superando, o exército dos Estados Unidos.

A presença de Vladimir Putin e Kim Jong-un no desfile foi um dos pontos mais simbólicos do evento. A cena dos três líderes caminhando lado a lado reforça a percepção de que regimes sob sanções ocidentais encontram em Pequim um eixo de sustentação. O elo entre os três países não é ideológico, mas estratégico: frear a hegemonia americana e, para isso, eles estão dispostos a cooperar.
A cúpula foi um golpe para o presidente americano Donald Trump, que tem elogiado suas relações com os três líderes, mas tem uma política isolacionista que está alienando aliados. O discurso de Xi Jinping, que não citou Trump nominalmente, mas fez uma crítica clara ao "hegemonismo" e à "política de poder", ressalta que a China está se posicionando como uma alternativa pragmática para países que se sentem pressionados por Washington.
O discurso de Xi Jinping na parada militar foi um manifesto de sua visão para uma nova ordem mundial. Ele questionou: "Hoje, a humanidade se depara mais uma vez com escolhas cruciais: paz ou guerra? Diálogo ou confronto? Cooperação vantajosa para todos ou rivalidade de soma zero?". A mensagem de Xi é clara: a China se coloca ao "lado certo da história" e da "civilização e do progresso humanos". O desfile, portanto, é a prova de que a China tem o poder econômico, diplomático e militar para assumir o protagonismo.
A presença de outros líderes na cúpula, como o premiê indiano Narendra Modi, mostra que a estratégia de Xi Jinping de se oferecer como uma alternativa ao Ocidente está dando certo.


