De Olho em 2026, Lula Cobra Alianças Competitivas e Pede Maioria no Senado para o PT

Em reunião reservada, o presidente cobrou maturidade política de ministros e líderes do partido e alertou sobre o risco de o Senado ser controlado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

POLÍTICA BRASIL

Felipe Alencar

8/30/20252 min read

a man in a suit and tie is speaking into a microphone
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A corrida eleitoral de 2026 começou nos bastidores. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com ministros e líderes do partido no Palácio da Alvorada e fez uma cobrança direta por "maturidade política" e alianças competitivas. A mensagem de Lula foi clara: é preciso deixar os projetos pessoais de lado para garantir que o PT e seus aliados conquistem uma maioria no Senado Federal, evitando que a Casa Legislativa seja controlada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. A reunião, que ocorreu em clima de urgência, demonstra a preocupação do governo com a disputa eleitoral que se aproxima.

O principal ponto de preocupação de Lula é o Senado. Em 2026, 54 das 81 cadeiras da Casa serão renovadas, e as pesquisas mostram que a oposição, principalmente os aliados de Bolsonaro, estão em uma posição mais favorável. Para o Palácio do Planalto, ter um Senado dominado pela oposição poderia paralisar as pautas do governo e criar um ambiente de instabilidade institucional. A urgência de Lula em formar chapas competitivas é uma resposta a esse cenário que, segundo ele, precisa ser evitado a todo custo.

As afirmações de Lula foram interpretadas por ministros presentes na reunião como um recado direto ao titular da Fazenda, Fernando Haddad. O ministro, que já foi candidato a governador de São Paulo, é visto como um nome forte para a disputa, mas ainda não manifestou a intenção de concorrer. Lula precisa de palanques fortes em estados estratégicos como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os maiores colégios eleitorais do país, para garantir sua reeleição. A pressão sobre Haddad é um sinal de que o presidente espera que a militância do partido se mobilize para a disputa.

O presidente Lula também expressou sua insatisfação com a atuação do PT no Congresso. Ele não se conforma com o fato de o governo ter perdido a presidência e a relatoria da CPI do INSS, uma comissão que investiga fraudes bilionárias na Previdência. Lula culpou os articuladores políticos do partido por terem "dormido no ponto", o que resultou em uma derrota política para o governo e permitiu que a oposição tivesse mais voz na comissão.

A reunião no Alvorada foi uma espécie de "puxão de orelha" para que o partido atue de forma mais estratégica e unificada. O presidente avisou que continuará a cobrar fidelidade de seus aliados, como fez na reunião ministerial da última terça-feira (26).

Em clima de pré-campanha, Lula já enxerga o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como seu adversário em 2026. A reunião com os líderes do PT foi um passo para organizar a sigla e garantir que, nas próximas eleições, o partido e seus aliados estejam unidos e prontos para o embate. A estratégia de Lula é clara: para vencer em 2026, é preciso ter controle sobre as duas Casas do Congresso e, para isso, a união do partido é essencial.