Crise no Nepal: Entenda em Cinco Pontos a Revolta da Geração Z que Derrubou o Governo

Protestos violentos contra corrupção, nepotismo e desemprego levaram ao incêndio de prédios públicos e à renúncia do primeiro-ministro. Saiba o que está por trás da crise no país asiático.

INTERNACIONAL

Nina Campos

9/10/20253 min read

a group of people standing in front of a group of police officers
a group of people standing in front of a group of police officers

O pequeno país asiático do Nepal se encontra no meio de uma grave crise política. Liderados pela Geração Z, jovens manifestantes tomaram as ruas, incendiaram prédios públicos como o Parlamento e a Suprema Corte, e forçaram a renúncia do primeiro-ministro K.P. Sharma Oli. Os protestos, que começaram de forma pacífica, se tornaram violentos em resposta à repressão do governo e já deixaram 25 mortos e mais de 600 feridos. O cenário de caos é o resultado de uma mistura de frustração com a economia, o desemprego e o nepotismo.

1. Corrupção e Economia Fraca: A Desilusão de uma Geração

A crise no Nepal tem suas raízes em uma economia fraca e em uma política conturbada. Desde a transição de monarquia para república, em 2008, o país teve mais de uma dúzia de governos. A população, especialmente os jovens, se sente frustrada com a falta de oportunidades e a corrupção no governo. A taxa de desemprego para jovens de 15 a 24 anos era de 20,8% em 2024, um número alarmante que tem levado muitos jovens a irem para o exterior em busca de emprego. A economia do país depende fortemente do dinheiro enviado pelos nepaleses que vivem fora.

2. A Revolta Contra os ‘Nepo Kids’ e o Nepotismo

Em meio à insatisfação com a economia, um movimento online ganhou força contra os chamados "Nepo Kids", uma referência a filhos de políticos que ostentam um estilo de vida luxuoso nas redes sociais. A expressão se refere à prática do nepotismo, onde familiares de autoridades são nomeados ou favorecidos em cargos públicos. O movimento online se tornou a voz de uma geração que se sente frustrada com a falta de oportunidades e com a corrupção. A hashtag #NepoKids viralizou e expôs a discrepância entre a vida dos filhos dos políticos e a da maioria da população.

3. Bloqueio de Redes Sociais e Repressão à Liberdade de Expressão

Em uma tentativa de conter a revolta, o governo nepalês bloqueou o acesso a diversas plataformas de mídia social, incluindo Facebook, Instagram, WhatsApp, YouTube e X. As autoridades justificaram a medida como uma forma de combater notícias falsas e o discurso de ódio. No entanto, a medida foi amplamente criticada por grupos de direitos humanos, que a viram como uma repressão à liberdade de expressão. O bloqueio das redes sociais, no entanto, só aumentou a indignação dos manifestantes.

3. Bloqueio de Redes Sociais e Repressão à Liberdade de Expressão

Em uma tentativa de conter a revolta, o governo nepalês bloqueou o acesso a diversas plataformas de mídia social, incluindo Facebook, Instagram, WhatsApp, YouTube e X. As autoridades justificaram a medida como uma forma de combater notícias falsas e o discurso de ódio. No entanto, a medida foi amplamente criticada por grupos de direitos humanos, que a viram como uma repressão à liberdade de expressão. O bloqueio das redes sociais, no entanto, só aumentou a indignação dos manifestantes.

4. A Onda de Violência e a Morte de Civis

Os protestos se tornaram violentos em resposta à repressão do governo. Manifestantes entraram em confronto com a polícia em Katmandu, a capital do país. Edifícios públicos, incluindo o Parlamento e a Suprema Corte, foram incendiados. A violência atingiu um novo patamar com a morte da esposa do ex-primeiro-ministro, Jhalanath Khanal, que sofreu queimaduras devido ao fogo. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu uma "investigação completa" e "contenção para evitar uma nova escalada de violência".

5. Renúncia do Primeiro-Ministro e o Futuro do Nepal

A crise política culminou com a renúncia do primeiro-ministro nepalês, K.P. Sharma Oli. A renúncia, no entanto, não resolveu a crise, já que o país ainda não tem um partido com maioria clara para formar um novo governo. A Geração Z, que liderou os protestos, poderia se envolver nas discussões sobre quem vai liderar o país. O futuro do Nepal ainda é incerto, com a população buscando uma reformulação da constituição e uma mudança radical na política.