Cientistas Alertam: Aquecimento Global Acelera a Intensificação de Furacões como o Erin
Aquecimento dos oceanos é apontado por especialistas como o principal fator para a transformação de tempestades em fenômenos de Categoria 5, representando um novo pesadelo para áreas costeiras.
INTERNACIONAL


O recente e rápido desenvolvimento do Furacão Erin no Oceano Atlântico, que se intensificou de forma explosiva até a Categoria 5, não é um caso isolado, mas sim um sintoma de um problema maior: o aquecimento global. Cientistas e climatologistas afirmam que há uma conexão direta entre o aumento da temperatura dos oceanos e a maior frequência de furacões que se intensificam rapidamente. O fenômeno, que pode transformar uma tempestade inofensiva em um monstro em poucas horas, representa um verdadeiro pesadelo para gestores de emergências e moradores de áreas costeiras.
A "intensificação rápida" é definida quando os ventos sustentados de uma tempestade aumentam em pelo menos 56 km/h em 24 horas. No caso do Furacão Erin, os ventos se aceleraram em impressionantes 137 km/h no mesmo período, superando em muito o limite de segurança. Este padrão de intensificação ultrarrápida foi observado em outros furacões recentes, como o Milton e o Ian, que causaram grandes prejuízos nos últimos anos.
Para Gabe Vecchi, pesquisador da Universidade de Princeton, a proporção de furacões que passam por essa intensificação rápida "tem um aumento notável" na bacia do Atlântico Norte e globalmente. Ele ressaltou que, embora Erin tenha sido "extremo, mesmo em um mundo mais quente", as chances de sua taxa de intensificação ter chegado ao nível de Categoria 5 "foram aumentadas pelo aquecimento histórico dos trópicos".


A principal causa por trás do fenômeno é o aquecimento dos oceanos. Daniel Gilford, climatologista do grupo Climate Central, afirma que o aumento da temperatura da superfície do mar fornece o calor e a umidade que os furacões precisam para se fortalecerem rapidamente. Uma análise feita pelo grupo após o furacão Erin concluiu que as águas mais quentes "muito provavelmente" fizeram a diferença para que a tempestade atingisse a intensidade máxima, em vez de se tornar apenas uma tempestade de Categoria 4.
Embora alguns cientistas, como Kim Wood, da Universidade do Arizona, apontem que fatores atmosféricos também influenciam, a evidência é consistente: o aquecimento global está criando um ambiente mais propício para o surgimento e a intensificação de tempestades como o Furacão Erin.
A rápida intensificação de furacões é um "pesadelo para qualquer gestor de emergências" porque dá pouco tempo para que os moradores de áreas costeiras se preparem para um fenômeno de tamanha força. A previsão de uma temporada de furacões “excepcionalmente ativa” no Atlântico, com a possibilidade de surgimento de mais tempestades de Categoria 5, representa um risco crescente para a segurança pública e para a economia de países como os Estados Unidos e os da América Central. O alerta dos cientistas é claro: se o mundo continuar a aquecer, devemos esperar que "ciclones do tipo Erin... aconteçam com mais frequência".


