Chefe do Comando Vermelho em MT é preso em praia de Niterói após ação policial integrada
Ederson Xavier de Lima, o “Boré”, era monitorado há cinco dias; prisão mostra articulação entre facções de diferentes estados.
NACIONAL


A Polícia Civil de Mato Grosso, em parceria com o Departamento Geral de Polícia da Capital do Rio de Janeiro, prendeu neste domingo (28) Ederson Xavier de Lima, conhecido como Boré, apontado como chefe do Comando Vermelho em Mato Grosso. Ele foi detido em uma praia de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, enquanto tentava se passar por outra pessoa com documentos falsos.
Boré tinha um mandado de prisão aberto pela 13ª Vara Criminal de Cuiabá e é acusado de tráfico de drogas, receptação, extorsão e organização criminosa.
A prisão reforça a preocupação das autoridades com a expansão interestadual das facções, que já não se limitam a um território. O Comando Vermelho, tradicionalmente ligado ao Rio de Janeiro, consolidou presença em estados como Mato Grosso, Pará e Acre.
Segundo as investigações, Boré atuava como peça-chave nesse processo, articulando contatos e sustentando financeiramente atividades criminosas no Centro-Oeste.
A captura de Boré representa uma vitória simbólica contra a criminalidade organizada, mas também revela o alcance do problema: as facções continuam operando mesmo à distância, usando celulares, redes de apoio e documentos falsos para manter a influência.
Moradores de regiões como Cuiabá e Várzea Grande convivem com o aumento da violência ligada ao tráfico. Já no Rio, a presença de líderes de fora mostra como o território segue sendo um polo estratégico para abrigar foragidos.
Até o momento:
- 1 chefe de facção preso em Niterói. 
- 2 homens detidos junto a Boré, por uso de documento falso e receptação. 
- 5 dias de monitoramento antes da prisão. 
- Mais de 100 assassinatos em Mato Grosso já foram atribuídos a chefes ligados ao mesmo grupo, segundo investigações anteriores. 
A prisão foi filmada pelos próprios policiais civis, que atuaram à paisana. Nas imagens, Boré aparece sentado em uma cadeira de praia, em clima de lazer, antes de ser surpreendido pela abordagem.
A Polícia Civil de Mato Grosso destacou que a captura só foi possível pela integração entre estados e pelo compartilhamento de informações estratégicas.Comparações e referências
A cena de um dos criminosos mais procurados do Centro-Oeste sendo preso em plena praia carioca lembra outros casos em que líderes de facções, como o PCC, foram detidos fora de seus redutos originais. Essa mobilidade revela uma tendência preocupante: a nacionalização do crime organizado no Brasil.
Próximos passos
Boré deverá ser transferido para Mato Grosso, onde responderá pelos crimes atribuídos a ele. A Justiça avalia se o caso pode reforçar operações conjuntas entre estados e até a participação de órgãos federais, diante do caráter interestadual da facção.
A prisão de Boré mostra que o crime organizado pode até tentar se camuflar em cenários improváveis, mas continua sendo rastreado pelas autoridades. O desafio agora é impedir que sua detenção seja apenas simbólica e que outras lideranças ocupem o vácuo deixado.
Você acredita que prender chefes de facções é suficiente para enfraquecer esses grupos?


