Catar Classifica Ataque de Israel como ‘Terrorismo de Estado’ Após Bombardeio em Doha

O primeiro-ministro do Catar, Sheik Mohammed bin Jassim Al-Thani, condenou a operação que mirou líderes do Hamas em seu território, em uma ação que é vista como uma violação da soberania do país.

INTERNACIONAL

Nina Campos

9/10/20252 min read

a man standing on a street corner with a sign that says,'stop and
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A crise diplomática entre Israel e o Catar atingiu um novo e alarmante patamar. O primeiro-ministro catari, Sheik Mohammed bin Jassim Al-Thani, classificou o recente ataque israelense em Doha como "terrorismo de Estado", em uma declaração que condena a operação e violação da soberania do país. O bombardeio, que foi direcionado a líderes do Hamas em território catari, matou cinco membros do grupo. A ação de Israel na capital de um país que tem sido um mediador-chave na guerra de Gaza foi amplamente condenada pela comunidade internacional, e agora a tensão no Oriente Médio se intensifica.

O ataque israelense em Doha, que foi uma ação inédita, teve como alvo os líderes do escritório político do Hamas que vivem em prédios residenciais na capital do Catar. O bombardeio, que foi realizado por mais de 10 caças e com mais de 10 munições, matou cinco membros do grupo, embora o Hamas afirme que nenhum dos seus líderes de alto escalão foi atingido.

O ataque foi imediatamente condenado por diversos países e organizações, como a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, a Turquia, o Egito e a União Europeia, que enxergaram a ação como uma violação da soberania do Catar. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se manifestou contra o ataque, reforçando a gravidade do incidente.

A classificação do ataque como "terrorismo de Estado" pelo primeiro-ministro do Catar é um sinal de que o país se sente traído pela operação israelense. O Catar tem desempenhado um papel essencial nas negociações de um acordo de cessar-fogo em Gaza, sediando reuniões e dialogando com Israel, Hamas e os Estados Unidos. O ataque em seu território, portanto, não apenas viola a sua soberania, mas também pode minar seu papel de mediador e, por consequência, prejudicar as negociações de paz.

O governo de Benjamin Netanyahu defendeu a operação como uma "porta para o fim da guerra", mas não explicou como o ataque a um mediador-chave poderia levar a um acordo de paz.

A crise diplomática se intensificou após a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, ter dito que o governo Trump avisou o Catar com antecedência sobre o ataque, o que foi negado por um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Catar. O governo catari afirmou que a ligação dos Estados Unidos veio quando as explosões já estavam ocorrendo em Doha, o que sugere que o aviso não foi dado com tempo hábil para evitar a crise. O embate entre o Catar e os EUA sobre o ataque coloca Washington em uma situação delicada, que pode prejudicar seu papel de mediador no conflito.