Casa Branca diz estar “muito perto” de acordo para Gaza; Trump e Netanyahu se reúnem em Washington
Plano com 21 pontos prevê devolução de reféns e retirada gradual de tropas. Encontro desta segunda pode marcar primeiro anúncio concreto de cessar-fogo.
INTERNACIONAL


A Casa Branca afirmou nesta segunda-feira (29) que está “muito perto” de um acordo para encerrar a guerra em Gaza. O presidente Donald Trump e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu se reúnem em Washington para detalhar uma proposta de paz que será apresentada em coletiva conjunta.
Segundo a porta-voz Karoline Leavitt, o plano contém 21 pontos e pode deixar “ambos os lados um pouco insatisfeitos”, mas representaria o avanço mais significativo desde o início do conflito.
Contexto essencial
O projeto surge após meses de bombardeios, acusações de genocídio contra Israel e crescente pressão internacional. Desde os atentados do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixaram mais de 1.200 mortos em Israel, a resposta militar devastou a Faixa de Gaza, gerando milhares de mortes civis e fome generalizada.
Na semana passada, Netanyahu discursou na ONU sob protestos. A maioria das delegações deixou o plenário antes de sua fala, incluindo o Brasil. Em tom desafiador, ele rejeitou a criação de um Estado Palestino e disse que continuará atacando Gaza “até terminar o trabalho”.
Se implementado, o acordo mudaria drasticamente o cenário:
- Reféns seriam libertados em até 48 horas. 
- Tropas israelenses começariam uma retirada escalonada. 
- Civis palestinos poderiam ter acesso ampliado a ajuda humanitária. 
Para a população de Gaza, esgotada por quase dois anos de guerra, isso significaria a primeira perspectiva real de cessar-fogo. Já em Israel, parte da sociedade teme que concessões ao Hamas sejam vistas como sinal de fraqueza.
Números e dados
- O plano de Trump prevê 21 pontos de negociação. 
- Estima-se que milhares de civis palestinos morreram desde 2023, segundo organismos internacionais. 
- Uma comissão da ONU apontou indícios de genocídio em Gaza. 
- Diversos países anunciaram recentemente o reconhecimento do Estado Palestino. 


Fontes árabes disseram à agência AP que o Hamas já foi informado da proposta, mas ainda não recebeu o texto oficial. O grupo afirmou estar disposto a analisar de forma “positiva e responsável”.
Trump, por sua vez, declarou que “todos querem um acordo” e postou em sua rede Truth Social que há uma “chance real de Grandeza no Oriente Médio”. Netanyahu, pressionado internacionalmente, reconheceu que está negociando com a equipe americana “neste exato momento”.
Comparações e referências
Iniciativas anteriores de paz no Oriente Médio, como os Acordos de Oslo (1993), fracassaram por falta de garantias práticas. A diferença agora é o protagonismo direto de Trump, que tenta se apresentar como único líder capaz de impor uma solução, ainda que parcial.
O anúncio oficial deve ocorrer ainda hoje, após a reunião na Casa Branca. Especialistas alertam que, mesmo se aceito, o plano enfrentará resistências internas em Israel, críticas de alas do Hamas e desconfiança de países árabes.
A grande questão será se o cessar-fogo terá mecanismos sólidos de monitoramento ou se será mais um acordo frágil condenado ao fracasso.
O encontro em Washington pode definir o rumo da guerra mais sangrenta da última década. Um acordo seria um alívio imediato para civis em Gaza e reféns em Israel, mas não resolve a raiz do conflito: a ausência de um caminho viável para a criação de um Estado Palestino.
Você acredita que Trump conseguirá firmar a paz ou este será apenas mais um anúncio vazio na longa história de fracassos no Oriente Médio?


