Casa Branca Alerta: Trump Usará Poder Econômico e Militar para Proteger ‘Liberdade de Expressão’ no Julgamento de Bolsonaro

A Casa Branca elevou o tom da tensão diplomática com o Brasil. A secretária de imprensa, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente Donald Trump “não tem medo de usar o poder econômico e militar dos Estados Unidos” para proteger a "liberdade de expressão" em todo o mundo. A declaração, que é uma resposta a questionamentos sobre possíveis sanções ao Brasil com uma condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, torna explícita a ligação entre o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) e a política externa dos EUA.

A fala de Karoline Leavitt foi direta e sem rodeios. A secretária de imprensa afirmou que a "liberdade de expressão é, sem dúvida, a questão mais importante do nosso tempo" e uma "prioridade para a Administração". Em um claro recado ao Brasil, ela justificou as sanções já impostas, como as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, como uma forma de "garantir que países ao redor do mundo não estejam punindo seus cidadãos dessa forma".

Embora Leavitt tenha dito que "não há previsão" para novas sanções no momento, a declaração de que a questão é uma "prioridade" do governo Trump é um sinal claro de que as tensões podem aumentar com uma eventual condenação de Bolsonaro.

A declaração de Leavitt é parte de uma estratégia de Donald Trump de usar sanções econômicas e diplomáticas para pressionar governos que ele considera adversários ideológicos. A Casa Branca, ao justificar as tarifas e as sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, está defendendo a narrativa de que o julgamento de Bolsonaro é uma "caça às bruxas" e não um processo legal. A fala de Leavitt é um ataque direto ao sistema de justiça brasileiro e à soberania do país.

O julgamento de Jair Bolsonaro no STF, que começou nesta semana, é sobre crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do estado democrático de direito e organização criminosa. No entanto, para o governo Trump, o julgamento é sobre a liberdade de expressão.

A fala de Karoline Leavitt torna explícito o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já vinha acusando: a de que o "tarifaço" de Trump não é um ato comercial, mas sim político. O governo brasileiro, que tem defendido a soberania nacional, agora enfrenta uma nova e grave ameaça.

O presidente Lula já havia dito que o Brasil não aceitará a ingerência de potências estrangeiras em seus assuntos internos. A declaração da secretária de imprensa da Casa Branca, no entanto, mostra que Trump está disposto a usar o poder econômico e militar dos EUA para pressionar o Brasil.