Bolsonaro dá aval a Tarcísio de Freitas para disputar a Presidência com Michelle como vice

Aliados próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmam que ele já deu sinal verde para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), dispute a Presidência da República em 2026. A ideia, segundo interlocutores, é que o anúncio oficial aconteça em fevereiro do próximo ano, quando o grupo pretende lançar a candidatura de forma coordenada entre PL e Republicanos.

Ainda segundo as conversas de bastidores, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro deve ocupar o posto de vice na chapa, reforçando a presença do núcleo bolsonarista e a influência da ala conservadora do partido.

Estratégia e cálculo eleitoral

O plano prevê que Tarcísio continue focado na administração paulista até o fim de 2025, para evitar críticas de abandono do governo estadual. A prioridade, por enquanto, é concluir obras, entregar resultados e preservar sua imagem de gestor técnico antes de assumir um projeto nacional.

Bolsonaro, por sua vez, tenta manter o papel de articulador e líder simbólico da direita, já que segue inelegível até 2030 após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Apesar do alinhamento com o PL, o Centrão pressiona para definir o nome da oposição antes do fim de 2025. Parte do grupo defende que o candidato seja oficializado até dezembro, para conter avanços de outras lideranças conservadoras, como o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que também aparece em articulações nacionais.

Nos bastidores, há quem tema que o atraso na decisão fragilize a base bolsonarista e reduza o espaço de Tarcísio nas alianças regionais.

A possível presença de Michelle Bolsonaro na chapa é vista como estratégia para ampliar o alcance entre o eleitorado feminino e religioso, dois públicos fundamentais nas eleições anteriores. Desde 2023, ela tem atuado à frente do PL Mulher e mantém forte agenda em eventos conservadores pelo país.

O cenário que se desenha

Com a disputa de 2026 se aproximando, o campo da direita ensaia uma reorganização interna. A dobradinha Tarcísio-Michelle pode representar a tentativa de manter viva a marca política do bolsonarismo, agora com nova liderança, mas sob o mesmo discurso.