Após Condenação de Bolsonaro, Trump e Aliados nos EUA Ameaçam Brasil com Novas Sanções e Medidas Políticas
O presidente dos EUA se disse "surpreso" com a decisão do STF. O secretário de Estado, Marco Rubio, e o deputado Eduardo Bolsonaro já falam em "caça às bruxas" e em novas sanções contra os ministros que votaram pela condenação.
NACIONAL


A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) gerou uma forte reação nos Estados Unidos. O presidente Donald Trump se disse "surpreso" e traçou um paralelo político com sua própria trajetória. As declarações de Trump, no entanto, são apenas o início de uma nova escalada diplomática. O secretário do Departamento de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o deputado Eduardo Bolsonaro já se manifestaram, falando em "caça às bruxas" e em novas sanções contra as autoridades brasileiras, em um cenário que ameaça a soberania do país e as relações bilaterais com Washington.
Em uma entrevista a jornalistas, Donald Trump não escondeu sua insatisfação com o veredito do STF. "Eu o conheço muito bem. Líder estrangeiro, ele era um bom... eu achava que ele era um bom presidente do Brasil. E é muito surpreendente que isso tenha acontecido. É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram", disse ele. A fala de Trump, que faz uma clara conexão entre o julgamento de Bolsonaro e os seus próprios problemas com a Justiça, é uma forma de deslegitimar a decisão da Corte brasileira.
As declarações de Trump foram seguidas de uma ameaça de novas medidas contra o Brasil. Marco Rubio, secretário do Departamento de Estado dos EUA, prometeu uma "resposta adequada" dos Estados Unidos ao que ele classificou como uma "caça às bruxas". Em uma postagem no X (antigo Twitter), Rubio atacou diretamente o relator do processo, Alexandre de Moraes, e os outros ministros do STF. "As perseguições políticas do violador de direitos humanos Alexandre de Moraes, sancionado, continuam, já que ele e outros membros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram injustamente pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro", disse ele.
O deputado Eduardo Bolsonaro, que se mudou para os EUA no início do ano para buscar apoio de Trump, também se manifestou e disse que espera que novas sanções sejam aplicadas contra os ministros que votaram pela condenação de seu pai, com base na Lei Magnitsky.
O Itamaraty, por sua vez, reagiu com firmeza às declarações de Rubio. Em nota, o ministério afirmou que as declarações do secretário "atacam as autoridades brasileiras e ignoram fatos e contundentes provas dos autos". A nota reforçou que as instituições democráticas brasileiras julgaram os primeiros acusados pela "frustrada tentativa de golpe de Estado, que tiveram amplo direito de defesa". O Itamaraty finalizou a nota defendendo a soberania do país e que o Brasil continuará a se defender de "agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem".


