Alckmin Reage a Tarcísio e Diz que ‘Indulto é Golpismo de Marcha a Ré’
O vice-presidente do Brasil criticou a proposta de perdão para Bolsonaro, defendida pelo governador de São Paulo, e negou que as tarifas dos EUA tenham relação com o julgamento no STF.
POLÍTICA BRASIL


Em uma declaração contundente que colocou o debate político em evidência, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) criticou a ideia de conceder um indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante uma entrevista a jornalistas em São Paulo, Alckmin disse que “indulto é golpismo de marcha a ré, isso é inadmissível”, em uma clara e direta resposta à fala do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que havia afirmado que, se eleito presidente em 2026, seu primeiro ato de governo seria perdoar Bolsonaro.
A fala de Geraldo Alckmin é um dos primeiros e mais fortes posicionamentos do governo federal contra a proposta de indulto. A crítica de Alckmin não é apenas sobre o indulto em si, mas sobre a ideia de que a medida seria uma espécie de "revisão" dos atos que levaram ao julgamento de Bolsonaro pela tentativa de golpe de Estado. Para o vice-presidente, a medida seria um "golpismo de marcha a ré", o que, segundo ele, é “inadmissível”.
A apuração do g1 revela que ministros do governo Lula acreditam na existência de um “acordo secreto” entre Bolsonaro e Tarcísio, onde o apoio do ex-presidente à candidatura do governador seria trocado por um indulto.


Alckmin também se manifestou sobre as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil. Ele negou que as tarifas tenham qualquer relação com o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Para o vice-presidente, o imposto de importação é uma “política regulatória” e “não tem nenhuma relação com questões do Poder Judiciário”.
A fala de Alckmin deslegitima a justificativa de Trump para as tarifas e reforça a posição de que o governo brasileiro não aceitará a ingerência de potências estrangeiras em seus assuntos internos.
Sem citar nomes, Alckmin também fez uma crítica velada ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem atuado nos Estados Unidos para pressionar por uma anistia para o pai. "A gente fica triste de ver pessoas lá fora trabalhando contra o emprego no Brasil, contra as empresas brasileiras, contra a nossa economia e, pior ainda, paga com o dinheiro público", disse Alckmin.
A fala do vice-presidente se junta a outras vozes do governo que têm criticado a postura do deputado. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), que também estava presente no evento, disse que, se estivesse no Congresso, votaria contra a anistia, mas que é a favor de uma “modulação das penas” dos condenados de 8 de janeiro que foram “levados ao erro”.


